Antes de chegar às gôndolas dos supermercados e feiras, a fruta passa por um longo processo, que leva um ano. Para produzir, o agricultor precisa de muita mão de obra: é necessário cultivar, adubar e impedir que pássaros e insetos ataquem os cachos. Cerca de 50% do custo é gasto com equipes para tratar dos bananais.
O produtor rural Edson Kamashiro afirma que é preciso de 12 a 15 pessoas pra tocar a propriedade. Ele relata que está difícil conseguir mão de obra devido à falta de pessoas.
Em média, o bananicultor gasta R$ 0,60 para produzir um quilo da fruta. O preço pago a ele, atualmente, é de R$ 0,36. Na safra 2011/2012, o valor foi de R$ 0,62. De acordo com Kamashiro, o prejuízo é grande e desanimador.
– Estamos pegando bem abaixo do custo de produção, podendo, em um futuro bem breve, não poder investir nos tratos culturais necessários da cultura – aponta o produtor.
Outro problema indicado pelos bananicultores é que, apesar de o preço pago pela banana estar muito baixo, o consumidor continua pagando caro. Para a Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), as condições impostas pelo varejo aos distribuidores são extremas e acabam por afetar toda a cadeia.
– Com disponibilidade de repositores, descontos na hora do pagamento e promoções, quando o consumidor vê um preço barato, ele pode ter certeza que quem está patrocinando isso é o agricultor e não a grande rede. Hoje, a banana nanica é vendida de R$ 2,00 a R$ 2,50 no varejo. A prata é comercializada a R$ 3,60. Nós observamos uma concentração no varejo, em grandes redes, e essas grandes redes impõem condições, contratos e, consequentemente, não conseguem pagar um preço melhor para os agricultores – explica o agrônomo Agnaldo José de Oliveira, da Abavar.