Por isso, lideranças do setor pediram ao ministro Vagner Rossi prioridade para definir uma política específica sobre a batata importada para que o Brasil possa se tornar auto-suficiente fortalecendo toda a cadeia produtiva.
Em trinta anos, a cadeia produtiva da batata passou por uma transformação. Na década de 1980 eram cerca de 30 mil produtores que plantavam mais de 150 mil hectares e produziam 2,5 milhões de toneladas. Hoje, são cinco mil produtores que plantam menos de 100 mil hectares, mas a produção se mantém a mesma. Tecnologia, produtividade, clima, permitem uma colheita escalonada durante todo o ano. No campo, falta avançar no melhoramento das variedades que têm como destino a indústria.
Minas Gerais responde por 40% da produção brasileira. Muitos produtores investem em tecnologia, com máquinas que garantem rapidez na colheita e chegam colher mais de 420 toneladas por dia. O produtor José Aparecido de Freitas trabalha de acordo com a demanda da indústria, preferindo fugir da incerteza do consumo in natura, que provoca cotações extremas nos preços da saca de 50 quilos durante toda a safra.
A batata tipo chips que chega pronta para o consumo é praticamente 100% nacional, com o crescimento na produção surgiram mais de cem pequenas indústrias nos últimos anos. Porém, isso não ocorre com a batata pré-frita congelada, 80% vem de países vizinhos e da Europa. Isso vem preocupando o setor. A batata européia chega competitiva no Brasil devido aos subsídios. O volume importado dobrou em cinco anos. De 120 mil para mais de 240 mil toneladas.
Depois de quatro anos no mercado, a Bem Brasil, indústria montada em Araxá, no Triângulo Mineiro, teve que montar mais uma linha de produção. A ampliação permitiu sair de quatro mil toneladas para 10 mil toneladas de batata que chegam do campo e se transformam em produtos como a batata pré-frita congelada, que é o carro chefe da companhia.