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Produtores batem recorde de produtividade em safra marcada pela seca no Rio Grande do Sul

Apesar da estiagem que arruinou lavouras na temporada passada, produtor de Cruz Alta (RS) vence prêmio ao colher 102,5 sacas por hectarePara a grande maioria dos agricultores do Rio Grande do Sul, a safra de 2012 foi desastrosa por causa da seca. Apenas quem produziu em áreas irrigadas pôde colher bons resultados. Em Cruz Alta, no noroeste do Estado, o produtor Tiago Librelotto Rubert foi além e se tornou campeão em produtividade.

Técnico em agropecuária e administrador, o agricultor de 31 anos colheu 102,7 sacas por hectare e levou o prêmio Desafio Nacional de Máxima Produtividade, concedido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), na avaliação de uma área experimental de cinco hectares.

– É uma soma de fatores: desde o trabalho de correção de solo, o bom manejo, a escolha de uma cultivar adequada, o acerto da variedade, época de plantio, o arranjo populacional, o número de plantas por hectare e o espaçamento. Esses fatores associados à irrigação contribuíram para chegarmos ao excelente resultado – aponta Rubert, sobre as razões para o resultado.

Mesmo cultivando em uma região assolada pela seca no último ano, Rubert também teve uma produtividade alta em outros 90 hectares irrigados, colhendo 89 sacas por hectare, mais do que o dobro da projeção inicial da Emater/RS para a colheita da soja em 2013 na região de Cruz Alta, que é de 43 sacas por hectare.

– Na nossa região, ano passado, ficou 60 dias sem uma chuva significativa. Então, essa produtividade alta se deu basicamente sob irrigação – afirma o produtor.

Na propriedade de 3 mil hectares da qual Rubert é sócio proprietário e gerente em Cruz Alta, 560 hectares são irrigados. Desses, 90 produzem exclusivamente soja, os demais são divididos entre feijão, milho e trigo. O primeiro dos nove pivôs foi colocado em 2006. E o último foi instalado em 2012 – com custo em torno de R$ 6 mil por hectare irrigado.

– Temos nove pivôs de irrigação central, numa área de 560 hectares. Decidimos investir por uma questão econômica. Diante da possibilidade de rendimento da produção, o custo para a implantação do sistema era viável.

Nem tudo deu certo na última safra para Rubert. Na produção em área sem irrigação, a soja também sofreu com a seca.

– Na área do sequeiro, que fica ao lado de uma área irrigada, a média de produtividade na soja foi de 25 sacas por hectare, por exemplo – complementa o responsável técnico da propriedade, o engenheiro agrônomo Felipe Rubert Nogueira.

Para esta safra, as projeções são otimistas. A meta agora é atingir a alta produtividade dos cinco hectares experimentais que venceram o prêmio nacional em 2012, nos 90 hectares irrigados.

– A expectativa é de uma safra bem melhor, especialmente no sequeiro. Choveu, embora tenha tido alguma estiagem esse ano. Na lavoura irrigada, queremos atingir ou superar as 102 sacas por hectare – salienta.

Na última semana, o campeão dividiu com outros produtores os segredos da conquista em um dia de campo, numa uma ação promovida pela Basf.

QUADRO

Comitê Estratégico Soja Brasil – Cesb

O Comitê estratégico Soja Brasil (Cesb) é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2007, que reúne profissionais e pesquisadores para estudar e aprimorar as técnicas de cultivo da soja no Brasil. O objetivo do Comitê é elevar as médias de produtividade na produção do grão.

A entidade realiza o prêmio Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, desde a safra de 2010, e tem como proposta estimular novos patamares de produtividade e difundir tecnologias de produção de soja.

>>Leia a matéria original em zerohora.com

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