Cooperativas e empresas privadas que trabalham com grãos e sementes afirmam que pode haver maior demanda de trigo, mas não há garantias de que o cereal usado pelas moageiras seja de origem nacional. Problemas com logistíca também puxam os preços da saca para baixo.
— Os preços não ajudam. Entra trigo da Argentina e não conseguimos escoar o nosso. Estivemos no porto de Paranaguá e não tem espaço para escoar o trigo — diz o diretor executivo da Belagrícola, Flávio Andreo.
Assim que a soja sair do campo, o produtor Onivaldo Dante deve apostar mais em outras culturas. Segundo a Secretaria de Agricultura, na última safra, em Londrina, houve redução média de 30% de área e de 40% na produção.
— (A medida do governo) não vai nos ajudar. Querem nos auxiliar, reduzam os impostos dos insumos. Indústria e comércio não trabalham com prejuízo, por que o produtor tem que ter prejuízo? Eu vou reduzir em 30% a área de trigo, vou apostar mais no milho e na cevada — afirma Dante.