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Produtores buscam certificação e dobram vendas de hortaliças

Programa Boas Práticas Agropecuárias faz uma série de exigências para fornecer o selo de qualidade

Pra vencer a concorrência no mercado de hortaliças, produtores estão investindo em programas de certificação. No Distrito Federal, agricultores que participam do programa de boas práticas do governo já sentem a diferença na hora da venda, pois já existem produtos que dobraram a comercialização.

Depois de 20 anos plantando hortaliças, o produtor rural Vilson Martins oberva as grandes mudanças na qualidade da produção nos últimos tempos. “Antes eu não tinha estrutura. Apenas colhia a minha verdura e a enviava para o mercado de qualquer jeito. Agora eu tenho um tratamento próprio pra verdura para que ela seja enviada 100% pura para consumidor”, avaliou.

Vilson foi o primeiro produtor rural certificado pelo programa Boas Práticas Agropecuárias, uma parceria das secretarias de Agricultura e da Saúde com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Distrito Federal. Ao todo, nove agricultores já vendem seus produtos com este selo.

A Coordenadora do programa, Lara Line, explica que a adesão é voluntária e a intenção é alcançar 200 propriedades até 2018. Mas, para isso, o agricultor precisa preencher alguns requisitos. “São verificados 68 itens e o produtor tem que atender, no mínimo, 70%. É obrigatório que ele tenha uma estrutura adequada pra armazenamento dos insumos e ele precisa de estrutura adequada para pós-colheita, com local correto pra limpeza e organização desses produtos. Além disso, é fundamental que o produtor respeite as legislações ambiental e trabalhista”, disse Lara Line.

O certificado tem a validade de um ano e é renovado a cada 2 anos, mas a propriedade está passível de auditoria frequentes.

Responsabilidade

Na visão da extensionista rural da Emater, Ana Paula Rosado, os produtores estão mais conscientes diante de suas responsabilidades em produzir alimentos seguros e saudáveis. “Cada um quer ter um diferencial em relação ao outro, porque diversas pessoas produzem hortaliças, mas alguns deles preferem investir mais na qualidade do alimento. Então, os agricultores já desenvolveram essa consciência de que ele vai proporcionar uma melhoria para a família, para o ambiente e para o consumidor”, disse.

Para se adequar e obter a certificação, Vilson investiu R$ 40 mil. Além da qualidade das hortaliças, esse investimento traz um  bom retorno financeiro, já que os produtos podem ser vendidos por um valor mais alto. Nesse caso, no entanto, o agricultor optou por manter os mesmos preços e aumentar o volume de venda.

Só em alface, ele passou de 30 para 60 caixas por dia. Mas, para garantir uma horta verdinha, ele conta que o trabalho foi intenso e demorado, mas recompensador. “Estou há mais ou menos cinco anos me adaptando pra conseguir esse certificado agora (…). Tanta gente no mercado e eu fui o primeiro a receber. Nossa, é um orgulho muito grande chegar aonde eu cheguei” disse.

Aceitação

O selo de garantia de qualidade é bem aceito entre os consumidores, os maiores interessados. Para a farmacêutica Kellen Santos Rezende, a certificação oferece mais tranquilidade para quem consome. “Com isso sabemos a procedência e não compramos qualquer coisa. Você avalia qual é o produto, pois tem um monte de coisas que não se sabe de onde vem”, disse.

O bancário Kiomaro Katahira também aprovou a certificação, apesar de ainda ter dúvidas. “Estou preferindo por enquanto, até porque a diferença de preço não é tão grande. A única dúvida é se é verdade ou não, mas, mesmo assim, é uma coisa a mais”, disse.

Já a professora Greice Ferreira, o preço mais alto não seria um problema. “Por mim não tem problema nenhum pagar um pouquinho a mais para ter qualidade. Para ter certeza disso, só mesmo com o selo”, concluiu.

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