Produtores de cacau cobram incentivos do presidente da Nigéria

Autoridades da indústria do produto afirmaram que atual governo cumprirá sua promessa de campanha de prestar mais atenção ao setorAutoridades da indústria de cacau afirmaram nesta quarta, dia 20, que o presidente reeleito da Nigéria Goodluck Jonathan vai cumprir sua promessa de campanha e prestar mais atenção ao setor, auxiliando-o no aumento da produção. Jonathan já ocupa o cargo desde maio do ano passado, após a morte de Umaru Yar'Adua, do qual era vice. Agora, Jonathan foi eleito para um mandato de quatro anos.

? Nossa crença está ancorada em passos dados anteriormente por Jonathan sobre a cultura, o que incluiu o estabelecimento de uma comissão para acompanhar o processamento de cacau no país, e seus conselhos durante o debate presidencial que precedeu a eleição ? disse o analista da Associação de Cacau da Nigéria (CAN, na sigla em inglês), Robo Adhuze.

Em debate televisionado realizado neste mês, Jonathan disse que “devemos olhar para onde temos força comparativa e desenvolver os produtos agrícolas nessa linha; no sudoeste da Nigéria devemos ser um líder na produção de cacau”.

Adhuze comentou que o setor quer que Jonathan dê ao cacau um tipo de atenção e prioridade que recebeu durante o mandato do ex-presidente Olusegun Obasanjo, e que perdeu força desde 2007, quando Obasanjo deixou o cargo.

Adhuze defendeu que o governo de Jonathan deveria fornecer fertilizantes adequados para o plantio de cacau.

? A produção da Nigéria pode aumentar de 40% a 70% durante um período de cinco anos, se usarmos fertilizantes como Gana, que aumentou sua produção de cacau por meio do uso de fertilizantes ? disse.

Jonathan, que como Obasanjo é filiado ao Partido Democrático do Povo (PDP), não delineou sua política para o cacau, mas deu alguns passos encorajadores, segundo uma autoridade da Comissão de Desenvolvimento Nacional de Cacau (NCDC) – criada por Obasanjo em 1999. Em julho de 2010, Jonathan estabeleceu uma comissão interministerial sobre o processamento de cacau no país, de acordo com a autoridade.

A comissão, que envolve ministros de agricultura, comércio, finanças e o Banco Central da Nigéria, observou os problemas que o setor de processamento de cacau enfrenta e apresentou um relatório com recomendações em janeiro.

? Não recebemos um retorno ? disse o presidente da Associação de Processadores de Cacau da Nigéria, Akin Olusuyi.

No entanto, os processadores já estão prontos para deixar o presidente ciente de suas preocupações, antes que ele seja empossado para um novo mandato de quatro anos, em 29 de maio.

? Gostaríamos que o governo oferecesse abastecimento com energia elétrica para produção. O custo da energia é tão alto que nossos produtos não são competitivos ? reclamou Olusuyi.

A Nigéria é o quarto maior produtor mundial de cacau, depois de Costa do Marfim, Gana e Indonésia. Processa cerca de 20% a 25% da produção anual de cacau. As informações são da Dow Jones.