Oito mil produtores de cacau estão endividados. São 10.875 contratos de custeio e investimento com vencimento em dezembro do ano passado que foram renegociados. O prazo foi prorrogado para o dia 30 de junho deste ano, mas a medida divulgada na última semana pelo Conselho Monetário Macional é considerada insuficiente pelo setor. Conforme o presidente da Cãmara Setorial do Cacau, Fausto Pinheiro, os produtores não têm condições de quitar as dívidas porque estão enfrentando dificuldades com pragas na lavoura.
Uma medida provisória esclarecendo as garantias e regras para renegociação dos débitos, que não teriam ficado claras, deve ser editada nos próximos dias. Para buscar soluções para o endividamento, representantes do setor e dos governos federal e da Bahia também devem se reunir este mês no Estado, que responde por 80% da produção nacional de cacau.
Outro assunto da reunião foi o PAC do Cacau, que deve ter investimento de R$ 2 bilhões em 8 anos, sendo R$ 360 milhões para a recuperação e revitalização das lavouras. De acordo com os representantes do setor, hoje o maior problema que os produtores enfrentam é a vassoura de bruxa. Mesmo com pesquisas e tecnologias avançadas para combater a praga, justamente por causa das dívidas, a maioria não tem dinheiro para proteger as lavouras.