Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Produtores de cana-de-açúcar pedem medidas para enfrentar dívidas e queda nos lucros

Segundo representantes do setor, usinas foram fechadas e houve demissão de trabalhadores no interior do paísRepresentantes do setor sucroenergético pediram nesta terça, dia 26, medidas governamentais para enfrentar o endividamento e a queda nos ganhos e na produtividade do plantio de cana-de-açúcar nos últimos anos. Segundo a Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul (Orplana) e a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), houve fechamento de usinas e demissão de trabalhadores no interior do país. O assunto foi tratado em audiência pública na Câmara dos Deputados.

— Há uma perda da capacidade de 46 milhões de toneladas (de cana-de-açúcar) e uma quantidade enorme de desemprego. Um sexto das unidades produtoras em operação têm endividamento superior a R$ 100,00 por tonelada. Se o cenário não for invertido, haverá perda da capacidade produtiva equivalente a 100 milhões de toneladas nos próximos anos — disse Antônio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da Unica.

A entidade estima que ao final da safra 2012/2013, o endividamento dos plantadores atingirá R$ 56 bilhões. Ainda de acordo com a Unica, pelo menos 10 indústrias deixarão de processar a cana em 2013, 43 usinas foram desativadas nos últimos cinco anos e 60 de 330 devem fechar ou mudar de dono nos próximos anos.

Rodrigues defendeu um plano de longo prazo a fim de captar investimentos para o setor sucroalcooleiro e aumentar a oferta de cana-de-açúcar, garantindo uma matriz energética menos poluente do que o petróleo e sem necessidade de importação.

Para ele, políticas pontuais, como a anunciada desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre o combustível e os financiamentos do Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova) via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), ajudam – mas não são suficientes.

— Vai melhorar no curto prazo, mas não garante o investimento. Precisa existir regra, trazer segurança aos investidores a exemplo do que está acontecendo com a infraestrutura — disse.

O presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, disse que os produtores esperavam preços melhores do açúcar no mercado interno em 2013.

— Como não se concretizou, de novo, vamos trabalhar com prejuízo — declarou. Júnior disse ainda que a obrigatoriedade do corte sem queima em São Paulo exigiu a implantação da colheita mecânica e elevou o custo da produção.

— Na parte de comercialização, o transporte, os portos, também estão encarecendo o custo.

O diretor do Departamento de Cana de Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cid Caldas, que participou da audiência pública representando o governo, reconheceu que fatores como a crise financeira de 2008, excesso de chuvas na safra 2009/2010 e seca em 2011 fragilizaram o setor nos últimos anos.

— O BNDES está à disposição. De 2007 para cá, o investimento [no setor] passou de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,8 bilhões. O governo viu que havia necessidade de aporte de recursos para melhoria no canavial — disse.

Segundo Caldas, o setor representa 19% de todas as transações do agronegócio. Em 2002, representava 16%.

Sair da versão mobile