O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), um dos que sugeriram a discussão, afirma que o setor enfrenta graves problemas de estocagem pelo fato de o produto ser altamente perecível, o que provoca prejuízos para os produtores.
– Outro problema provém da importação do produto proveniente do Mercado Comum Europeu, em especial Holanda e Espanha, com preço abaixo do custo de produção – acrescenta o deputado.
Segundo ele, só no Rio Grande do Sul mais de três mil famílias dependem do plantio de cebola para o seu sustento. Segundo o parlamentar, o Brasil produz por ano 1,4 milhão de toneladas de cebola, sendo 415 mil em Santa Catarina e 225 mil no Rio Grande do Sul.
No primeiro semestre deste ano, o Brasil comprou 226 mil toneladas da hortaliça produzida na Argentina. De acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace), não há necessidade da importação, pois a produção nacional seria suficiente para atender a demanda interna.
Em outubro, o preço médio pago ao produtor foi de R$ 0,15 o quilo, bastante abaixo dos custos de produção, que estão em torno de R$ 0,40. Além disso, os produtores se queixam da falta de armazéns refrigerados para a estocagem do produto e das dívidas do setor.
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O secretário substituto de Política agrícola, Edilson Guimarães, não quis gravar entrevista, mas disse que o problema do endividamento do setor está em análise no Ministério da Agricultura. Quanto à importação de cebola vinda da Argentina, país vizinho que responde por 80% de toda a cebola que chega de fora de outros países, não há o que fazer, já que o país faz parte do Mercosul e tem livre acesso ao Brasil.