• Conab eleva estimativa de safra de café 2014 para 45,1 milhões de sacas
– Tenho conversado com produtores de Minas Gerais, São Paulo, e todos eles, de forma unânime, atestam ter perdas superiores a 30% de sua produção. Em algumas regiões de Minas Gerais, o porcentual ultrapassa 40% – disse Mesquita, após a abertura da Semana Internacional do Café 2014, no Expominas.
Segundo ele, não há, no momento, como mensurar os efeitos que a seca terá na safra da commodity de 2014/2015. Mesquita não acredita que faltará produto no mercado, porque há estoques. Ele comentou que o recente movimento de alta dos preços do produto não compensa as perdas de produção.
– Hoje, o mercado está trabalhando na faixa de R$ 420/450 a saca de boa qualidade. A perda em algumas regiões ultrapassa 40% e não consegue equilibrar. Além disso, ele [o produtor] não sabe o que vai colher no ano que vem – declarou. Para Mesquita, a tendência é de que com a menor oferta nesta e na outra safra e demanda ainda aquecida, os preços busquem um patamar maior do que os atuais.
O diretor da Faemg disse ainda que políticas públicas, aliadas a uma boa gestão por parte do produtor, são fundamentais.
– Já começamos a discutir com o Ministério e outros órgãos o que podemos fazer para amenizar a situação do produtor – informou.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, do Ministério, e da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (OCEMG), o PIB do agronegócio mineiro é de R$ 150 bilhões e o café representa 47% das exportações do setor no Estado. Mais de 550 municípios, dos 853 de todo o Estado, trabalham com café. As cooperativas do segmento em Minas somam 58 e o Estado é responsável por mais de 50% da produção nacional da commodity.
Preço do café ao consumidor deve ter novo reajuste este ano
O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, disse que a indústria deve reajustar o preço do produto ainda este ano. Segundo ele, que participa da Semana Internacional do Café 2014, no Expominas, enquanto a cotação da commodity subiu 80% em 2014, o repasse ao consumidor variou de 18% a 20%. Uma parte da indústria não teria sequer repassado o aumento.
– A indústria fez esse reajuste ao mesmo tempo em que a matéria-prima, que é o café em grão, avançou 80% no mercado internacional. Como o cenário dos preços do café é volátil, isso se traduz em um cenário de pressão para a indústria. Os aumentos virão na medida em que os custos pressionarem – declarou.
Ele não arriscou citar um porcentual de aumento, porque vai depender da intensidade de alta da cotação do grão. Mesmo com um novo reajuste, Herszkowicz informou que a Abic mantém sua projeção de crescimento para volume vendido e receita para 2014.
– Não esperamos queda no consumo, porque o preço do café é compatível com o orçamento doméstico. O produto ficou muitos anos sem reajuste, enquanto a renda cresceu.
A receita da indústria do café nacional deve ficar em torno de R$ 8 bilhões, mesmo patamar de 2013, enquanto o volume pode aumentar 3%, passando de 20,3 milhões de sacas para 21 milhões de sacas.
– A receita pode até crescer um pouco mais, dependendo do quanto o preço será reajustado – completou.
Preço do café cai devido à economia mundial de alguns países:
Falta de chuva no interior de São Paulo impede o florescimento dos botões de café:
Mesmo com falta de água, floradas de café começam a se abrir em Minas Gerais: