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Produtores de soja de MT visitam o Canal Rural e expõem desafios da próxima safra

Iniciativa da Associação busca transformar o homem e a mulher do campo em líderes, ajudando-os a comunicar as virtudes do agronegócio

Produtores Canal Rural
Foto: Reprodução Canal Rural

O Canal Rural recebeu nesta quarta-feira (19) a visita de um grupo de 27 produtores rurais de Mato Grosso. A iniciativa provém da Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja-MT) e busca transformar o homem e a mulher da terra em líderes nacionais.

“É o momento em que recebemos em nossa casa os produtores que nos recebem todos os dias na casa deles no campo. Hoje uma das grandes batalhas do agronegócio é a comunicação, ou seja, o desafio de mostrar para a sociedade o que, de fato, é o agronegócio, como ele é sustentável, como ele tem compromisso com o futuro social, ambiental e econômico do Brasil e do mundo”, destacou o presidente do Canal Rural, Julio Cargnino.

Relatos de desafios

A safra 23/24 de soja foi repleta de desafios. Preços baixos, custos altos e intempéries climáticas marcaram todo o ciclo. A produtora Aline Beledelli, de Sorriso, por exemplo, produz soja e milho, e sofru quebra produtiva de 30% nesta temporada. Os grãos que conseguiu comercializar foram suficientes apenas para cumprir contratos.

“A sobra de produção que esperávamos que teríamos para vender e custear o resto do ano não existiu”, diz. De acordo com estudo recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nas últimas cinco safras, foram necessárias, em média, 43,8 sacas de soja para saldar o custo operacional efetivo do sojicultor de Sorriso.

Já no primeiro trimestre deste ano, a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), estima que 53,7 sacas de soja são demandadas para que o custo seja quitado. Com isso, é possível notar que o poder de compra do produtor se deteriorou, o que deve comprometer a instalação do ciclo 2024/25.

“[Até o momento], minha família comprou apenas metade das sementes de soja, esperando novas precificações das empresas”, afirma Aline.

Em linha com a fala da produtora, o vice-presidente da Aprosoja Oeste-MT, Gilson Antunes de Melo, afirma que o nível de investimento para a produção da temporada a ser iniciada deve ser muito menor do que o aportado em anos anteriores.