Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Produtores de TO pedem emergência fitossanitária contra falsa medideira

Dos 100 mil hectares da região sul do Estado, cerca de 15% têm problemas com a lagarta; alguns agricultores desconfiam de produto falsificado

Fernanda Farias | Alvorada (TO)

No sul de Tocantins, as lavouras estão infestadas pela lagarta falsa medideira. Os produtores dessa região querem a emergência fitossanitária no Estado para garantir o uso do benzoato de emamectina, já que os defensivos não estão fazendo efeito na maioria dos casos.

• Prorrogada emergência fitossanitária para Helicoverpa no Piauí

Em várias batidas de plantas, o produtor Rudimar Borghetti chegou a encontrar até 12 lagartas. Mesmo sendo de hábito noturno, a praga apareceu extremamente ativa debaixo de um sol escaldante e com temperatura de quase 40°C.

– Eu esperava colher 50 a 55 sacos por hectare. Hoje, com a soja comida desse jeito, nem 50 sacas vou colher. Perdemos mais de 20% por causa da lagarta, será uma queda grande – lamenta o agricultor.

A área afetada é 20% da propriedade, cerca de 150 hectares. O cuidado foi semelhante ao tomado nas demais lavouras da região de Alvorada, município ao sul de Tocantins. O sojicultor usou inseticidas de forma preventiva e monitorou a plantação diariamente.

Em média, os agricultores estão aplicando três vezes mais defensivos para combate às lagartas. Um dos talhões vai para sexta aplicação, cerca de três aplicações foram feitas em uma semana. A falta de eficiência dos produtos preocupa o Borghetti e levanta suspeita.

– Pode ser que tenha produto falsificado, vou mandar para o laboratório para fazer análise, vamos ver o que está acontecendo para não funcionar. Estou com medo de que o veneno possa ser falso – critica.

Ataque da lagarta está sendo o mais forte das últimas safras (Fernanda Farias/Canal Rural)
Ataque da lagarta está sendo o mais forte das últimas safras (Fernanda Farias/Canal Rural)

O consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, não descarta essa hipótese, já que a lavoura tem vários aspectos positivos para o controle da lagarta, como bom espaçamento, número adequado de plantas e as carreiras ainda não fecharam, o que facilita a entrada do defensivo.

– A alegação de que a lagarta criou resistência é difícil de aceitar porque o tempo é curto. A falta medideira começou a incomodar há quatro ou cinco anos. Não daria tempo para criar resistência. Sobra a hipótese de que o inseticida é falso, isso tem acontecido. Não deveria ter tanta lagarta com três aplicações seguidas de produtos de diversos princípios ativos – explica Lantmann.

O coordenador da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-TO), Thiago Amaral Carvalho, entende que é preciso discutir a necessidade de emergência fitossanitária, já que há infestação em cerca de 15% dos 100 mil hectares da região sul de Tocantins.

– Foram utilizados todos os venenos e não está controlando. Temos que ver a possibilidade de liberar o benzoato pelo menos para o Tocantins. Este ano está ruim, ano que vem será pior ainda – alerta.

Emergência fitossanitária no Matopiba

Dos Estados da nova fronteira agrícola, o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o uso do benzoato de emamectina, usado no controle de lagartas, é permitido no oeste da Bahia e no Piauí, onde a emergência fitossanitária foi renovada por mais um ano.

Clique aqui e veja o vídeo da reportagem.

>>> Veja mais notícias sobre soja

Sair da versão mobile