Os produtores que já testavam a tecnologia aprovada no Brasil desde 2010 têm mais um incentivo para usá-la. Apesar de ter enfrentado 45 dias de seca durante o plantio, o que comprometeu os ganhos de produtividade, o agricultor Rodrigo Werlang gostou dos resultados obtidos com a soja transgênica.
– A tecnologia funcionou muito bem. A lavoura não teve problema com lagartas – afirmou o produtor.
Agora, as áreas irrigadas recebem as culturas de inverno. A próxima safra de verão começará a ser plantada em outubro e, de acordo com uma consultoria, 9% das lavouras receberão a soja transgênica de segunda geração.
Há mais de oito anos, o produtor Osmar Artiaga utiliza a primeira geração de soja transgênica, que é tolerante a herbicidas. Ele sabe das dificuldades no combate às pragas e vê na nova tecnologia a possibilidade de um melhor manejo.
– Uma das características, e o que a gente espera que possa acontecer, é um melhor controle das lagartas. Com isso, teremos melhores resultados de produção.
– Na verdade, ela é importante para toda a produção nacional. É importante porque é mais uma tecnologia que vem no mercado. Se olharmos na questão da sustentabilidade, é importante porque há uma diminuição no uso de agrotóxicos – destaca o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.
– O custo de produção da soja é muito elevado. Com um royalty muito caro, a produção será onerada. Porém, o produtor também vai gastar menos com o uso de inseticidas para o controle de lagarta – pontua Werlang.
A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) estima que o crescimento da área com a nova tecnologia será gradual ao longo das próximas safras.
– É esperado um ganho de 10% na produtividade. Chega a compensar a cobrança de royalties que foram apresentados. Não existe comprovação de que se terá tal ganho. É preciso a ajuda do clima e o manejo ser feito corretamente para se ter esse ganho – afirmou o diretor-executivo da Aprosoja, Fabricio Morais Rosa.