O enfraquecimento do dólar eleva a competitividade das commodities agrícolas. É o caso da soja e do açúcar, por exemplo. Mas o mercado internacional passa por um momento de instabilidade e, apesar dos preços muito altos, o cenário é incerto para os próximos anos. Esta é a avaliação de analistas como Mauricio Mendes, presidente da consultoria AgraFNP.
? Não acho que deva haver uma pressão. Se houver, não será efetiva com relação aos preços de commodities para o mercado interno. Quem determina isso é, principalmente, o crescimento dos países asiáticos e a produção das commodities nos principais países.
Para o diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso, Marcelo Duarte Monteiro, a demanda está firme, principalmente na China, que deve aumentar em quase 10% as importações, o que significa 57 milhões de toneladas do grão. Segundo Monteiro, os preços devem se manter elevados, mas ele recomenda cautela aos produtores.
? O que a gente sabe é que os preços estão em patamar elevado. Pode subir sim, mas a cautela é sempre importante em um momento como este, porque ainda não estamos livres de uma crise na Europa, como os sinais que foram dados pela Irlanda ultimamente.
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, acredita que os preços do açúcar também se manterão em alta no ano que vem. Mas está preocupado com a incerteza na economia mundial, principalmente por causa do câmbio.
? É uma preocupação muito grande de saber se uma alta de preço internacional, como a gente está vendo em algumas commodities e o açúcar é uma delas. Até que ponto isso significa preços altos em reais, porque depende muito de como as moedas se comportam entre elas. E a gente tem muitas incertezas nessa área.