Durante o evento, que contou com a presença de produtores e lideranças das entidades da cadeia produtiva do café, foram expostas projeções de cenários climáticos à cafeicultura brasileira de arábica e robusta até o ano de 2070 e os prováveis impactos ocasionados na atividade.
? As análises foram realizadas nos principais Estados produtores, como Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná, e nos permitem saber quais ações de mitigação e adaptação tomar para que a cafeicultura não sofra com o aquecimento global ? explicou Assad.
O coordenador de Projetos de Meteorologia da Unicamp mencionou que foram mostrados os cenários prováveis à cafeicultura com o impacto do aquecimento na atividade.
? Demonstramos até o pior cenário possível com o exato intuito de evitá-lo, através da prática dos trabalhos e pesquisas que desenvolvemos. Existe a possibilidade de redução do aquecimento e de adaptação da cafeicultura a ele ? disse professor Hilton.
A percepção do público presente à palestra foi das melhores possíveis, uma vez que, segundo a maioria dos participantes, foram esclarecidos diversos pontos duvidosos que existiam a respeito do tema.
? Ficamos sabendo da iminência do aquecimento global, mas, mais do que isso, soubemos que há como preveni-lo e/ou adaptar a cafeicultura a essa realidade de um mundo mais quente ? comentou Marcelo Martins, presidente da Minasul.
Merece destaque a presença do gerente geral da Embrapa Café, Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca, que colaborou com o CNC na organização do evento e participou respondendo a dúvidas do público presente.
Um ponto em comum levantado pelos pesquisadores presentes foi a necessidade de mais investimentos em pesquisa científica, nas diversas áreas do conhecimento, focando o esforço na busca de cultivares adaptadas, estudos de cultivos consorciados ou associados com espécies arbóreas, assim como dos aspectos relacionados ao manejo do solo e da planta, como poda, adensamento, cultivo mínimo, irrigação, entre outros.
Assad, Prof. Hilton e Aymbiré também concordaram que, como essas alterações serão mais sentidas em médio prazo, é adequado que, no presente momento, sejam planejados e iniciados trabalhos de pesquisa, os quais, em sua maioria, demandam tempo para oferecer resultados concretos e seguros à atividade cafeeira.
De acordo com o presidente do CNC, Gilson Ximenes, a palestra foi extremamente proveitosa, tanto para as lideranças, quanto aos produtores presentes.
? Sabemos que o aquecimento global é uma realidade e, mais importante que isso, passamos a saber o que fazer para que essa interferência climática não impacte negativamente na cafeicultura ? finalizou.