Produtores entram com pedido de Denominação de Origem para o Café do Cerrado

A expectativa é que o pedido seja deferido em 2011; certificado levará a região a um novo patamar de competitividade no cenário nacional e internacionalA Federação dos Cafeicultores do Cerrado entrou com pedido de Denominação de Origem junto ao INPI (Instituto Brasileiro de Propriedade Industrial). A iniciativa, que tem o apoio do Sebrae, agrega credibilidade aos cafés produzidos por cerca de 4 mil produtores de 55 municípios das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, parte do Alto São Francisco e Noroeste, nos limites entre Minas Gerais e Goiás.

A Denominação de Origem é a versão mais sofisticada e completa das certificações com este fim, pois determina a região de procedência de 100% da matéria-prima, as características e a qualidade da produção. Associada a ações de qualidade, profissionalização e marketing, a Denominação de Origem contribui para estimular o investimento nas propriedades, aumentar o turismo de negócios, valorizar as terras e o produto. Apenas o arroz produzido no litoral norte do Rio Grande do Sul possui esta certificação no Brasil.

? Esta indicação geográfica levará a região a um novo patamar de competitividade no cenário nacional e internacional ? avalia Marcos Geraldo Alves, técnico do Sebrae Minas Gerais na microrregião de Patos de Minas.

A primeira providência para pleitear  a Denominação de Origem foi a realização de uma pesquisa.

? No ano passado, em parceria com o Sebrae, contratamos doutores e mestres para comprovar, com base científica, as características de clima, solo, processo de colheita e pós-colheita que diferenciam e identificam o Café do Cerrado Mineiro ? informa Tânia Castro Bruno, gerente de Projetos da Federação dos Cafeicultores do Cerrado. O documento entregue ao INPI também continha o histórico da região produtora e justificativas sobre o interesse na obtenção da certificação.

Para fortalecer a identidade do produto com a região, a Federação dos Cafeicultores lançou, em 2007, a campanha ‘Consumindo você valoriza o que é nosso’, disseminada em escolas, restaurantes e outros empreendimentos de comércio e serviço de Patrocínio.

? Estamos saindo de uma estratégia de marca para uma estratégia de denominação de origem, de valorização da região, das pessoas e, consequentemente, do café produzido no Cerrado mineiro ? explica Tânia.

A expectativa da Federação dos Cafeicultores do Cerrado é que o pedido seja deferido em 2011.

? Com a Denominação de Origem, os contatos com o mercado internacional, principalmente Europa e Japão, serão facilitados. As exportações já representam 80% do faturamento dos produtores ligados às instituições filiadas à Federação. Os principais mercados são EUA, União Europeia (Espanha, Itália, Inglaterra e França), Japão e Coréia.

A Federação dos Cafeicultores do Cerrado é responsável pela promoção da região e do produto. Ela congrega os interesses de oito cooperativas, que armazenam, preparam e comercializam o café de seis associações, que representam os interesses dos cafeicultores e da Fundação de Desenvolvimento do Café do Cerrado (Fundaccer), que realiza serviço de pesquisa e desenvolvimento cafeeiro.