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Produtores esperam liberação de novos defensivos para combater broca-do-café

Governo de Minas Gerais decretou estado de emergência fitossanitária devido à pragaAlém do clima que prejudica a produção cafeeira de Minas Gerais, a broca-do-café colabora para a destruição das lavouras. Na semana passada, o governo do Estado decretou emergência fitossanitária devido ao alto risco de infestação. Com a medida, os produtores esperam que novos produtos sejam autorizados.

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Mesmo sem um levantamento preciso dos prejuízos provocados pela praga, o Ministério da Agricultura está colocando em prática um plano de manejo, em parceria com a Embrapa e com a Epamig. Os produtores ainda não encontraram um defensivo tão eficaz como o Endosulfan, que foi banido do mercado por ser altamente tóxico.

– Quando os grãos chegam nas mãos do classificador, os defeitos provocados pela broca-do-café são facilmente identificados, e o preço pode cair entre 10% e 15% – relata Marcos Ribeiro, que é degustador e classificador.

–  Percebemos pelo aspecto, os furinhos no grão, isso fica bem nítido. Os compradores e exportadores também percebem, e isso vai influenciar na questão da cotação, fazendo com que o preço do café seja depreciado – acrescenta.

Nos cafezais, o monitoramento passou a ser intensificado para antecipar ao máximo a infestação do besouro que perfura os frutos e deposita as larvas que se alimentam da semente.

– Fazemos o monitoramento por talhão. Às vezes, o controle se dá só em uma parte do talhão, normalmente em uma parte mais baixa, onde a infestação é maior, reduzindo a aplicação do agroquímico – pontua José Antonio Padial Posso.

O Endosulfan foi banido do mercado em 2010, o que aumentou o prejuízo nas plantações nas duas últimas safras. A maioria das fazendas no Cerrado mineiro é certificada e passa por auditoria. Os produtores não utilizaram mais o produto para não perder mercado externo. A busca, agora, é por um manejo eficaz. Os técnicos adotaram um processo de colheita onde não pode sobrar frutos de café nem nas plantas nem no chão ao final da safra.

–  Em virtude do remanescente de frutos, a broca vai se alojar nesses frutos e vai continuar seu ciclo reprodutivo e, com a permanência deles, a gente sempre vai manter o inóculo inicial, favorecendo o ataque dela no decorrer do tempo e na hora em que ela reiniciar o processo reprodutivo. Então, é importante tirar esse excesso de frutos e obter uma fonte menor de broca na próxima safra – explica o consultor da Educampo, o agrônomo Rogner Carvalho Avelar.

A broca-do-café ataca de novembro a abril, do fruto verde ao seco. Entre os produtos autorizados está o Clorpirifos. Segundo os cafeicultores, a eficiência não tem passado de 60%. Nesta fazenda do cafeicultor Helder Bovi, de 43 hectares, três aplicações já foram feitas e a infestação continua. Os custos quase triplicaram.

– Nesta última safra, tivemos um acréscimo de gasto com controle da broca em cerca de R$ 8 mil a mais do que a gente gastaria com Endosulfan, se estivéssemos fazendo o tratamento tradicional, como era no passado – destaca Bovi.

Os cafeicultores esperam que a emergência fitossanitária em Minas Gerais possa acelerar o processo de liberação de novos produtos para um controle eficaz.

– O que a gente tem de informação é que são produtos que têm uma eficiência interessante, e a gente tem esperança de que isso [a emergência fitossanitária] facilite e que o governo acelere a liberação desses produtos, para não entrarmos na próxima safra com esse problema – conclui Bovi.

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