Os pedidos apresentados incluem a aquisição e escoamento, pelo governo federal, da safra excedente de feijão do Sul do país, através do AGF (Aquisição do Governo Federal); aquisição direta de produto constante na pauta da Política de Garantia de Preço Mínimo, para as regiões Norte e Nordeste, com o objetivo de atender às populações atingidas pelas enchentes; aumentar o limite de venda de R$ 3,5 mil por agricultor, dentro Programa Aquisição de Alimentos (PAA); possibilitar que o produtor rural amplie também para a segunda safra, conhecida como safrinha, a venda de mais 748 sacas de feijão por produtor, via AGF, junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); e aumentar o valor do Prêmio dos leilões para o Escoamento do Produto (PEP).
O Paraná é o principal Estado produtor de feijão do país. A produção paranaense, considerando-se as três safras, é estimada em 768 mil toneladas, o que corresponde a 21% da produção brasileira, de 3,7 milhões de toneladas, para a safra 2008/2009, segundo a Conab. Minas Gerais, com 607 mil toneladas (16% do total) é o segundo Estado produtor. Na terceira posição está a Bahia, com uma produção de 302 mil toneladas, representando 10% do total produzido no país.
Para o economista Francisco Carlos Simioni, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, este primeiro encontro de trabalho foi importante para dar um novo encaminhamento ao setor.
? Estamos ajudando a dar um suporte a mais na organização do agricultor familiar também neste setor. O ano de 2008 foi muito bom para o feijão, que chegou a média de R$ 135 a saca de 60 quilos. Buscamos alternativas viáveis para agilizar o escoamento da safra paranaense, para que o produtor possa manter seus ganhos ? diz Simioni.
Em abril deste ano, os preços médios giraram em torno dos R$ 67 para a saca de 60 quilos. O preço mínimo estipulado pelo governo está em R$ 80.
? Com as medidas discutidas pelo grupo de trabalho tentaremos equilibrar os custos de produção junto ao agricultor, mantendo-o estimulado e o mercado aquecido ? diz o chefe do Deral.
Além dos técnicos da Secretaria e do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, participaram da reunião representantes da Conab, Banco do Brasil, Codapar, Iapar, Emater, IBGE, Faep, Ibrafe e Sindicato Rural de Castro. A próxima reunião do grupo foi agendada para a segunda quinzena de junho, após a divulgação do Plano Safra 2009/2010, quando se terá um quadro mais detalhado do setor e das novas medidas que poderão ser adotados para a safra do feijão.