O pomar, na região de Mogi das Cruzes, tem centenas de pés de caqui. As frutas ainda estão em fase de desenvolvimento. A colheita vai ser feita só entre março e julho. Já os pés de pêssego foram colhidos em novembro. Na plantação de nêsperas, a safra só começa em agosto.
O resultado é que em dezembro, janeiro e fevereiro, praticamente não existe nenhuma fruta para ser colhida no local. O produtor Adilson Nakahara conta que a nêspera dá trabalho e gera custos o ano todo. A próxima tarefa vai ser o raleio dos galhos que estão brotando. Um pomar que só vai gerar lucro no segundo semestre de 2011.
Para garantir renda o ano inteiro, Nakahara está apostando no tomate sweet grape ou, como muita gente chama, o tomate-uva. A variedade é plantada em estufas, sempre em bags, nunca diretamente no chão. A irrigação é controlada por sensores. O resultado é um tomate pequeno e saboroso.
A estimativa é que perto de 20 produtores da região de Mogi das Cruzes tenham acrescentado as estufas com tomate à paisagem das propriedades, que antes era dominada apenas por pomares de fruticultura.
Em três anos, as estufas do Nakahara passaram de mil para cinco mil metros quadrados. A produção é integrada. O produtor recebe as sementes de uma empresa e tem garantia de compra do produto.
? Hoje a gente planta e sabe para quem vai vender. Fruta a gente manda no mercado e se tem excesso, o preço cai lá embaixo. É muito instável ? diz Nakahara.
O presidente da Associação dos Fruticultores do Alto Tietê, Mark Ide, confirma a tendência e diz que os produtores de frutas estão buscando alternativas.
? É uma cultura rápida, como o tomate ou até o pêssego, porque passa o ano colhendo. Se ficar sem colheita, o custo fixo vem todo o mês ? explica Ide.