O casal de produtores rurais José e Elcida de Lara olham com interesse as hortaliças da exposição. Um dos sonhos deles é diversificar um pouco a produção. A maior partes dos seis hectares da lavoura é dedicada ao fumo. A área que sobra é plantada com milho.
? O que poderia diversificar é o hortifrutigranjeiro. O problema é o preço. Não tem onde vender e não tem preço ? diz o produtor.
? Já tentamos uma vez com vaca de leite, mas o preço era muito baixo. De repente, criar porco, mas também não sobra nada. Por enquanto, o jeito é o fumo. Só que o preço também não está como deveria ser. Tinha que melhorar ? completa Elcida.
As indústrias estão oferecendo reajustes menores do que esperam os produtores. O presidente da Associação Internacional de Produtores de Tabaco, Antônio Abrunhosa, disse nesta quinta, dia 4, que o produto brasileiro está perdendo competitividade no mercado externo porque o real está muito valorizado. A sugestão dele é mesmo diversificar.
? Toda a gente no mundo do tabaco está pensando em diversificar ? declara.
As chuvas que provocaram quebra de 20% na safra brasileira são outra prova de que o agricultor não pode depender apenas de uma cultura. O engenheiro agrônomo Marco Antônio Dornelles, coordenador da ExpoAgro Afubra, ressalta que cada produtor deve encontrar a melhor alternativa para sua lavoura. Podem ser hortaliças, produção de leite ou de frangos, por exemplo. Ele também lembra que o agricultor deve avaliar bem a distribuição da mão-de-obra.
? A pequena propriedade também sofre concorrência com empregos na cidade. Mas esse é um fator limitante. Tem que ser bem direcionado, se ele vai entrar tem que reduzir área de tabaco. A mão de obra é muito cara se ele for contratar ? diz Dornelles.