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Produtores gaúchos de trigo esperam PEP para exportar safra 2012

Diretor da Cotrijal afirma que não é possível negociar grão sem auxílio do governo com o preço atualO recuo das cotações do trigo nas bolsas americanas sinaliza para o setor produtivo do Rio Grande do Sul que haverá necessidade de intervenção do governo no mercado para ajudar o Estado a exportar parte da safra e, com isso, sustentar os preços internos. Irmfried Schmiedt, diretor comercial da Cotrijal, cooperativa no Planalto Médio, vê a necessidade de realização de leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), por meio dos quais a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimula indúst

– No ano passado, nós exportamos trigo a US$ 305,00 a tonelada. Hoje ele está na casa dos US$ 200,00 a tonelada. A esse preço não é possível negociar o grão sem o auxílio do governo – diz Schmiedt.

Os últimos negócios com trigo gaúcho para exportação foram feitos a US$ 255,00 a tonelada, segundo participantes do mercado. O Estado já negocia produto da safra nova, ainda em fase de cultivo. De acordo com o diretor da cooperativa, na safra passada, os preços atraentes no mercado internacional permitiram aos produtores gaúchos exportar sem PEP. Ainda assim, enfatiza ele, 1,5 milhão de toneladas das 2,7 milhões de toneladas produzidas em 2011 foram escoadas para o mercado externo com PEP. A Emater avalia que da safra passada teriam sido comercializadas pelo setor produtivo até agora 80% do total.

O cenário positivo do último ano e a tentativa de recuperar parte das perdas com a seca no verão devem levar a um incremento da área com trigo neste ano, segundo a Emater/RS. A lavoura deve ser 6,5% maior, passando para 993,1 mil hectares ante 932,4 mil hectares plantados em 2011, aponta o levantamento de intenção de plantio.

O economista Luiz Ataídes Jacobsen, assistente técnico da Emater/RS, sugere cautela. Na sua avaliação, a crise internacional deve ter impacto no consumo, que tende a recuar, o que se refletirá na remuneração ao produtor. Além disso, o plantio está apenas começando e nada se pode assegurar sobre a colheita, já que o trigo, cultivado no inverno, sofre com os rigores da estação. Sobre o atraso na implantação da lavoura gaúcha, decorrente de chuvas abaixo do esperado, ele disse que ainda há tempo para recuperação.

– A demora no plantio não é desejável mas, ainda assim, não é possível afirmar que haverá perda por esta razão – avalia Jacobsen.
 
O produtor gaúcho está negociando parte da produção em troca de insumos, a preços pré-fixados em R$ 28,00 a saca de boa qualidade industrial (região do Planalto Médio), segundo a Emater/RS. O valor corresponde a R$ 466,00 a tonelada ou US$ 230,00 a tonelada.

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