>>Analista de mercado afirma que momento é propício para venda de soja
A área dedicada ao cultivo da soja deve avançar 3% no Estado. A expectativa é de que a produção ultrapasse 12 milhões de toneladas. O que tem chamado a atenção é a localização geográfica dessas lavouras. Dos quase 128 mil hectares a mais, 96 mil tem origem em áreas de pastagens.
Na propriedade de Leonardo Fraga, em Jaguarão, na metade sul do Estado, a família do produtor sempre se dedicou à pecuária de corte. Porém, nos últimos três anos, o cenário mudou. Atraídos pelos bons preços pagos pela soja, passaram a se dedicar ao grão.
– Foi quando a pecuária estava um pouco lenta e inviável. Em comparação com a soja, a pecuária custava muito a dar retorno – destaca o produtor.
Na safra passada, os produtores destinaram 45 hectares da propriedade para a soja, com uma média de 50 sacas por hectare. Os bons números foram suficientes para a aposta na cultura virar realidade. Para este ano, arrendaram mais de 80 hectares com a estimativa de colher até 52 sacas.
– O preço tende a dar uma caída na colheita, nós comercializamos soja a R$ 65 – disse Fraga.
De acordo com o produtor, mesmo com um investimento maior na soja, a rotação com a pecuária deve continuar. O cultivo do grão enriquece o solo também para o pasto.
O diretor técnico da Emater/RS Dulphe Pinheiro faz um alerta sobre as consequencias negativas do plantio de soja sobre áreas de pastagens para o meio ambiente.
– Acho que do ponto de vista ecológico, nós temos problemas. O uso de agrotóxicos, desde o herbicida, inseticida, que de alguma forma vai mexer com aquele ambiente, pois são quantidades importantes que são colocadas na lavoura de soja – salienta.
A soja também deve avançar sobre áreas que antes eram usadas para o plantio do milho. De acordo com a Emater, o cereal deve ter redução de 3% em relação à safra anterior que foi de 1.34 milhão hectares.
– O milho é fundamental para essas cadeias, avicultura, suinocultura, é um insumo fundamental. Então, qualquer falta de área para um Estado que já tem déficit de área, é muito ruim, ou seja, teremos de recuperar isso em produtividade – finaliza Pinheiro.