Produtores de girassol do Sul investem em rotação de cultura para aumentar produção

Apesar de mais tolerante à estiagem, grão tem sido deixado de lado pelos produtores, atraídos pelas facilidades em plantar e vender sojaProdutores de girassol do Rio Grande do Sul estão investindo na rotação de culturas para ampliar a área plantada e a produção no Estado. Na propriedade de Henri Brouwerf, a colheita do girassol recém terminou, e ele já faz planos para aumentar a área cultivada na localidade de Porteira Santa Rosa, em Giruá, nas Missões. Com 20 anos dedicados à lavoura do grão, o produtor deve quadruplicar os atuais 10 hectares.

– Pretendo dedicar 40 hectares ao girassol na safra 2012, dentro de um sistema de rotação de culturas. Depois, será a vez da soja – explica o agricultor.

A estratégia de Brouwerf pode ser uma forma de ampliar a área plantada de girassol no Estado. Segundo o assistente técnico da Emater Alencar Paulo Rugeri, na safra 2008/2009 eram 23,15 mil hectares. Hoje, são 4,6 mil hectares.

Apesar de mais tolerante à estiagem, o grão tem sido deixado de lado pelos produtores, atraídos pelas facilidades em plantar e vender soja. Mas mesmo com recuo na área plantada, a produtividade tem se mantido estável e apresentado crescimento nos últimos anos. Em 2009, era de cerca de uma tonelada por hectare, para esta safra, a expectativa é ultrapassar 1,5 tonelada por hectare.

– O girassol não precisa ser uma cultura de verão, pode ser plantado em julho. Em dezembro, podem ser plantados milho e soja, dentro de um sistema de rotação. Alguns produtores ainda são conservadores quanto a isso – comenta Rugeri.

Nesta safra, a expectativa é de é que sejam colhidas 7,2 mil toneladas de girassol no Rio Grande do Sul. A maioria das lavouras está concentrada na região das Missões. Na alimentação humana, o grão é mais conhecido pela produção de óleos e seus benefícios à saúde, mas também pode ser usado na produção de biodiesel e de farelos utilizados na nutrição animal.