Os pés de goiaba estão carregados. Cada galho chega a dar de oito a 10 frutas, mas no máximo duas vão chegar ao ponto de colheita. O casal de produtores João e Geni Catelan faz um trabalho de descarte para que sobrem só as melhores. Ele explica porque faz isso:
? Porque quando você tem um pé com muitos frutos no mesmo galho, a tendência é tirar a qualidade das goiabas. Ela fica um fruto menor. A tendência dela é ficar pequenininha. Então a gente procura que ela fique com menos fruto no galho para que ela dê uma qualidade maior.
João e Geni são pequenos produtores em Valinhos, há 80 quilômetros de São Paulo. A plantação deles ocupa meio hectare. São 160 pés em produção. Por dia eles colhem 50 caixas de goiaba.
A colheita nesta época é feita três vezes por semana. O ritmo aumenta em dezembro e vai até março, quando o produtor consegue tirar até 200 caixas por dia em média. Mas isso não significa maior rendimento. Hoje, produtores de Valinhos vendem uma caixa de goiaba por R$ 5,00 ou até R$ 6,00. Nos meses de maior produção o preço cai para R$ 1,00.
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? Na época em que a goiaba sai bastante, todo mundo tem a mesma quantidade. Então as propriedades maiores conseguem uma produção muito alta. Com isso a tendência é fazer com que o preço no mercado caia ? explica João Catelan.
Henrique Conti é o engenheiro agrônomo da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, que dá assistência aos agricultores. No município são 112. A maioria tem entre um e dois hectares – até quatro vezes a propriedade de João e Geni. A fama do município de grande produtor nacional de goiaba de mesa é resultado, segundo Conti, do uso de técnicas simples, como poda dos galhos menores. Isso ajuda a manter a produção o ano todo.
? Isso foi uma técnica desenvolvida aqui em Valinhos na década de 60 e transformou aquela goiaba nativa em goiaba cultivada. O segredo é podar a planta, adubar e irrigar o ano todo. Aí você consegue que ela produza o ano inteiro.
