Veranicos em janeiro prejudicaram a produtividade da oleaginosa. Para o próximo ciclo, expectativa é de colheita melhor
Manaíra Lacerda | Goiás
A safra de soja em Goiás deve fechar com uma produção de 8,47 milhões de toneladas, segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa produção representa queda de 2,8% em relação comparação com a safra 2013/2014.
Mesmo com uma alta de 5% na produção total de grãos, os números estão abaixo do esperado pelo setor produtivo. A explicação está no forte veranico em janeiro, que deixou parte do estado sem chuva por mais de 30 dias em plena a safra de soja, causando a perda de rendimentos da oleaginosa. Para a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) a quebra de safra foi superior à estimativa da Conab.
– Aquilo que foi perdido não volta mais, são 1,5 milhão de toneladas de soja, quase 15% da produção de Goiás. Em função dos valores de soja e milho, existe um prejuízo enorme acumulado pelos produtores, que nós esperamos que possa ser revertido na próxima safra – explica o presidente da Faeg, José Mário Schreiner.
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Por outro lado, a segunda safra de milho contou com chuvas prolongadas e deve ter produção 20% superior. Apesar disso, não será suficiente para reparar o prejuízo financeiro dos produtores.
– Quando você tem um produto de maior valor agregado, que é a soja, o prejuízo ainda é grande. Mesmo que nós tenhamos uma quantidade de grão parecida com a do ano passado, mas perdemos muito no nosso principal produto, que é a primeira safra de soja – comenta o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja-GO).
Aumento de área
A Conab também apontou crescimento de área de soja na safra 2014/2015 em Goiás, cerca de 5,5%. O próximo ciclo também deve registrar aumento. Segundo a consultoria Safras & Mercado, o crescimento de área plantada em 2015/2016 deve ser de 2%.
– Estão sendo incorporadas novas áreas, muitas áreas que são ocupadas por pastagens degradadas e outras que estão sendo incorporadas. Nós esperamos um aumento de 2% na área plantada de soja para a próxima safra, o que é algo bastante significativo, já que nós temos mais de 3,5 milhões de hectares cultivados.
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O presidente da Aprosoja-GO está otimista com a próxima safra da oleaginosa, mesmo com a dificuldade da liberação do crédito para pré-custeio, o que impediu o produtor de realizar compras antecipadas de insumos.
– Pode atrasar algum plantio pela nossa janela de logística de entrega desses fertilizantes, que a maioria ainda não foi comprada. As compras estão atrasadas, mas a expectativa ainda é boa – ressalta Bartolomeu Braz Pereira.
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