O suinocultor Walter Baylão, de Rio Verde, pediu ressarcimento à Celg, mas o pedido não foi atendido e o produtor teve que pagar a conta do prejuízo causado pela falta de luz. Na propriedade de Baylão tudo é automatizado, ventiladores e alimentação.
– A mão de obra não dá conta do trabalho, pois são 2,580 matrizes. Ano passado houve mortes de leitões e prejuízo de R$ 80 mil. Foi quatro dias sem energia e com calor intenso, o que resultou no prejuízo – diz o suinocultor.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) considerou a Celg como a distribuidora com pior serviço do país no ano passado, entre 30 e cinco empresas avaliadas. Problemas no fornecimento de energia e na gestão financeira da Celg resultaram na federalização da empresa que vai passar para o controle da Eletrobrás em até quatro meses.
– Nós temos programas de irrigação para o Centro-Oeste, para na época da seca ter a oportunidade de produzir feijão e outras culturas. Vamos negociar junto com a Casa Civil para chegar num acordo entre o Estado e o governo federal. Vamos resolver a questão energética que é muito importante para o Centro-Oeste brasileiro – afirma o ministro da Agricultura, Neri Geller.
Na Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiana (Comigo), no complexo industrial, entre as fábricas que processam soja e laticínios, encontramos novos equipamentos que acabaram de chegar.
– Compramos mais quatro geradores a diesel para unidades armazenadoras, para funcionarem durante os piques de energia. O custo aumenta devido ao consumo de 90 litros de diesel por hora. Toca parcialmente uma unidade de 500 KVA – salienta o superintendente da Comigo, Ângelo Landim.
Dos armazéns da cooperativa em nove cidades de Goiás, dois funcionam somente com geradores a diesel. O que torna a energia três vezes mais cara. Para a compra dos quatro geradores foram investidos mais de R$ 600 mil.
Os problemas de energia vêm trazendo prejuízos para o Estado. Sem condições de atender o aumento de consumo, a distribuidora tem vetado novos projetos empresariais.
– Tem regiões, como em Doverlância, que sofrem dois problemas: não houve manutenção e depois não fizeram subestações para ampliar o fornecimento de energia para distribuição e modernização das redes existentes – destaca Landim.
– Hoje se a gente pedir para certas pessoas se elas preferem uma lamparina muito bem arrumada ou a energia da Celg, muitos vão escolher a lamparina. A energia da Celg deixa o produtor rural na mão – diz o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, José Mário Schreiner.