Produtores de hortaliças do Cinturão Verde de SP comemoram ocorrência da chuva

Em outra região do Estado os produtores foram prejudicados com as precipitaçõesOs produtores de hortaliças dos municípios que formam o Cinturão Verde de São Paulo comemoram a chuva dos últimos dias, que ajudou a amenizar os efeitos da seca na região. Já em outra região do Estado os produtores foram prejudicados.

A chuva levou alívio para o Cinturão Verde de São Paulo. Com a estiagem que durou dois meses, as folhas ficaram secas e queimadas, piorando a qualidade da alface.

O produtor Hyroshi Shintate, de Biritiba Mirim, interior de São Paulo, cultiva 13 hectares de folhosas. Segundo ele, a seca favoreceu pragas como o lagarto e o pulgão, o que acabou deixando o manejo de 10% a 15% mais caro. Em dois meses ele gastou mais de R$ 20 mil com defensivos agrícolas.

– O ar ficou seco e o clima quente, o que propiciou o ataque de pragas e insetos. Tivemos que dobrar nossa atenção para cuidar da parte nutricional da planta e ao mesmo tempo ficar monitorando o aparecimento de algumas pragas e insetos. Fizemos uma aplicação mais reforçada para evitar que os insetos atacassem nossas culturas – explicou.

Além da melhora na qualidade das lavouras, a chuva dos últimos dias encheu os reservatórios utilizados para a irrigação, que já estavam vazios.

– Se não tivesse alguma chuva até o Natal, estaríamos sem água. A chuva foi a nossa salvação – conta o produtor.

A preocupação agora é com o verão. A chuva foi boa, mas não pode virar rotina.

– Essa chuva veio no momento certo, e não foi aquela típica de verão. No verão as pancadas de chuva são fortes e causam bastante danos, aumentando nosso custo. Temos que torcer que não venham pancadas fortes, muito menos granizo – conclui Shintate.

A mesma chuva que ajudou produtores do Cinturão Verde castigou a produção de figo de Valinhos. Em uma distribuidora localizada em São Paulo, das duas mil caixas de figo que chegaram do município na última segunda, dia 2, metade foi devolvida. A fruta já estava madura quando foi atingida pela chuva e não resistiu. A umidade favoreceu o aparecimento de fungos.

– É uma larva que deposita os ovos no figo. Eles eclodem com o calor e a umidade. Mil caixas infelizmente tive que devolver para o produtor porque não tinha condições de comercializar – explica o gerente da banca, Antônio Alceu.

Nesta terça, dia 3, mil caixas chegaram e mesmo não estando nas condições ideais serão revendidas.

– Nós só comercializamos. Então, se eu não conseguir vender a mercadoria, automaticamente eu não vou ter minha comissão – explica Alceu.