? Não adianta produzir, se não tem para quem vender ? afirma a produtora e zootecnista Tatiana Gonçalves Mezzono.
Para trabalhar de forma organizada, os produtores criaram a Coopercarnes. O início não foi fácil. O primeiro desafio foi vencer a questão cultural. O Paraná não tem tradição com a caprinocultura. A maioria da população é formada por descendentes de italianos e poloneses que, predominantemente, consomem carne bovina, de cordeiro e de ovelha. Os produtores decidiram investir na caprinocultura exatamente porque acreditavam ser um novo nicho de mercado.
O problema é que eles não tinham prática no manejo de cabras e tiveram que iniciar do zero.
? Percebemos que havia muito a ser feito, tanto com o produtor quanto com o comerciante e o consumidor ? explica Tatiana.
O primeiro passo foi buscar parcerias nos 42 municípios que formam o sudoeste do Paraná.
Logo no começo, foram capacitados 25 técnicos que, posteriormente, repassaram o conhecimento adquirido aos produtores rurais. O segundo passo foi vencer a resistência que havia na região para o consumo da carne de bode.
? Precisávamos tornar a carne conhecida pela população e incentivar seu consumo ? diz a produtora.
Um dos caminhos encontrados foi a participação em feiras.
? Conseguimos divulgar, derrubar mitos quanto à questão do sabor e à consistência da carne, apresentar sua variedade de preparo e promover cursos para chefes de cozinha ? informa Tatiana.
Com isso, os consumidores passaram a cobrar nos açougues a carne de bode consumida nas feiras, o que obrigava o comerciante a buscar o produtor.
? Para nós, isso era ótimo. No início, nosso conhecimento se restringia da porteira para dentro. Da porteira para fora, na parte de comercialização, não sabíamos como fazer ? lembra.