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Produtores do interior de São Paulo apostam no mercado futuro para se proteger da queda nos preços do milho

Coplacana está construindo silos para tentar segurar o grão e soltar apenas quando o preço estiver melhor ou quando a oferta no mercado for menorOs preços do milho no mercado interno não param de cair e já registram o nível mais baixo dos últimos três anos, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Produtores de milho estão sofrendo influência do mercado interno e do mercado externo. Para se proteger da queda nos preços, a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) de Piracicaba (SP), está usando o mercado futuro.

– É uma ferramenta até cara, mas num momento em que há uma queda brusca do milho, como aconteceu agora, ela até sai “barata” no final das contas, e a gente utiliza essa diferença para compor, teoricamente, essas perdas – diz Klever José Coral, superintendente da Coplacana

Seguindo o exemplo dos Estados Unidos, os produtores estão de olho – mais do que nunca – na armazenagem. É o caso da cooperativa, que construiu e continua construindo silos para tentar segurar o grão e soltar apenas quando o preço estiver melhor, ou quando a oferta no mercado for menor.

– No Brasil, nós temos uma capacidade de armazenagem muito inferior aos EUA, que tem quase três vezes o que produzem. Nós temos um terço em silos apenas -fala Klever José Coral

Atento ao mercado, o produtor Antonio Marcos Padoveze produz milho e até agora ainda não travou preço do grão, nem comercializou a safra. Para ultrapassar essa fase de preços baixos, está reorganizando a distribuição dos custos e aguardando.

– Nós estamos com uma perspectiva de avaliar custos de produção para ver o que vamos perder nesse ponto. Como o mercado de vendas não está bom pra nós, não está sinalizando melhora no futuro nem no presente, então o momento nosso agora, como produtor, é barganhar os insumos na compra e brigar por preços mais baixos, justamente por que vamos vender mais baixos – fala

Diante desse cenário, já tem produtor de olho em outras culturas para substituir o milho. A soja é a opção número um, e na região de piracicaba, a procura pela semente da oleaginosa aumentou cerca de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

– Nós temos dois lados da moeda: uma situação extremamente favorável para os compradores. Vejam que o mercado de carnes está vendo uma das melhores trocas, está conseguindo uma das melhores relações de troca dos últimos anos, recuperando parte das margens perdidas.  Por outro lado, o produtor está buscando alternativas de cultivo, principalmente no verão.  E o que a gente vê é uma redução de área de milho, com crescimento de área de soja que está com rentabilidade mais atrativa – diz Lucilio Alves, pesquisador do Cepea.

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