Uma granja do Distrito Federal, após pesquisa e visita a criadores espanhóis, passou a dar tratamento especial às fêmeas em processo de gestação. Elas não ficam presas em gaiolas e podem transitar livremente, o que garante menores índices de estresse para o animal. O sistema de alimentação é informatizado. Quando estão com fome, têm acesso à ração.
? Cada fêmea tem um chip e no momento que ela chega na máquina o computador lê esse chip e libera a ração para ela. Essa ração é quantificada, ou seja, é exatamente os nutrientes que a fêmea precisa para poder ter um bom desenvolvimento ? explica o suinocultor Alexandre Cenci.
A mãe e os filhotes vão para uma maternidade, que também está sendo adaptada. Os cuidados se estendem à escolha dos parceiros comerciais e ao transporte.
? Damos jejum de 12 horas aos animais, transportando-os em períodos que o sol esteja mais ameno, respeitando a relação de quilo por metro quadrado no caminhão ? fala Cenci sobre os cuidados.
As ações são parar atender, no futuro, as exigências de mercados internacionais. O Brasil não possui uma lei específica sobre o bem estar animal. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no entanto, afirma que a iniciativa faz diferença para o resultado final.
? O produto na prateleira, quando o animal sofreu um estresse agudo e prolongado, pode ter menor validade, menor tempo de prateleira, além de ter mudança significativa nas suas características como cor, textura, odor e isso é realmente visível ? explica a chefe da divisão de bovinocultura do Mapa, Andreia Parrilha, sobre os benefícios da atividade.
Parrilha aconselha os produtores, dizendo que a capacitação das pessoas que lidam na fazenda é fundamental.
? Não é um custo alto e, com mudanças pequenas nessa lida com os animais, as mudanças que podem trazer são muito benéficas e significativas.