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Produtores de mandioca querem registro de mais defensivos para controle de pragas

Desequilibro climático causou perda de cerca de 30% na produção do Paraná em 2009Produtores e processadores de mandioca vão pedir o registro de mais defensivos químicos para o controle de pragas e doenças. A atribuição legal de pedir o registro sempre foi do fabricante, mas este ano o Ministério da Agricultura publicou uma norma que autoriza outros interessados a entrar com o pedido junto aos órgãos competentes.

Por conta do desequilíbrio do meio ambiente, novas pragas e doenças estão atacando as lavouras de mandioca no Brasil. No entanto, o produtor não sabe o que fazer quando os 17 produtos legalmente liberados para uso na cultura não resolvem. A indústria fabricante não faz o pedido para estender o registro para a raiz.

Existem poucos produtos registrados para a mandioca por uma questão de mercado. O fabricante não tem interesse em pagar pelo registro, que é caro, para culturas menos expressivas em relação à soja e ao milho, por exemplo. Por isso, associações de produtores e de processadores é que precisam agir junto aos órgãos públicos.

Durante um encontro realizado pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) sobre uso e registro de agroquímicos na cultura, o Ministério da Agricultura detalhou uma instrução normativa publicada este ano que permite a agricultores e indústria de transformação da mandioca fazer o pedido de registro de fórmulas usadas em outras culturas como a batata e a cenoura:

? A norma veio para solucionar esta realidade, no sentido de permitir que alguns produtos, destinados a algumas culturas, possam ser utilizados em outras, mediante uma avaliação criteriosa dentro de padrões técnicos e diretrizes internacionais reconhecidas, com o aval do órgão de saúde e de meio ambiente. Dessa forma, o produtor terá sua produção dentro de parâmetros legais e ele poderá produzir um produto que não gere risco nem para a sociedade que vai consumir aquele produto, nem para o aplicador do agrotóxico ? afirmou a fiscal agropecuária do Ministério da Agricultura, Débora Cruz.

O pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Marco Antônio Rangel, diz que a Bahia, que tem 350 mil hectares com mandioca, a maioria e micro agricultores, por falta de mão de obra para a capina, acaba usando produtos que, apesar de legalizados, precisam de orientação na hora da aplicação. Segundo ele, o mau uso gera problemas de saúde e ambientais.

? A gente nota que lá, a consciência do pessoal quanto à segurança do produto para a saúde e para o meio ambiente é menor. Embora nós tenhamos bons órgãos de fiscalização, não existe uma cultura de aplicação destes produtos.

O Paraná é o terceiro produtor de raiz de mandioca, com 135 mil hectares plantados, mas é o primeiro produtor nacional de amido. A indústria de alimentos derivados de mandioca sente falta de mais produção e qualidade:

? Em 2009, nós tivemos um desequilíbrio climático por excesso de chuva e muitas áreas de mandioca foram atacadas com pragas. Tivemos uma perda de 30% na produção. Se nós tivermos novos produtos, além de não ter essa perda, a gente poderia ter um incremento entre 20% e 30% na produtividade de mandioca. Com isso o produtor ganha e as indústrias terão mais matéria prima disponível para industrializar ? disse o presidente do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP), João Eduardo Pasquini.

Um documento elaborado em conjunto por produtores e processadores vai ser enviado ao Ministério da Agricultura, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outros órgãos responsáveis pela aprovação de defensivos químicos no Brasil.

? Nós queremos mostrar uma listagem de produtos que foram testados em termos agronômicos e em termos de pesquisa. Mas falta o tripé: não basta ter eficiência agronômica, tem que ter a questão da saúde pública, ou seja, livre de resíduos para o consumido. Então é um tripé agronômico, meio ambiente e saúde ? explica o pesquisador do Iapar, Mário Takahashi.

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