Produtores de Mato Grosso adotam diversificação de lavouras e tecnologia para manter cultivo do arroz de sequeiro

Estado apresenta crescente redução da área plantada com o cerealA produção de arroz de sequeiro em Mato Grosso deve chegar a 518 mil toneladas nesta safra, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número representa uma redução de cerca de  35% em relação ao último ciclo. O principal motivo, ainda de acordo com o órgão, é a redução da área plantada, que ficou 87 mil hectares menor. O cenário se repete há décadas no Estado, mas os apesar da diminuição, Mato Grosso tem a terceira maior área plantada com o cereal no Brasil. Fica atrás do

As plantações, que há cerca de quatro décadas eram usadas na abertura de novas áreas e chegaram a ocupar aproximadamente 800 mil hectares no Estado, perderam espaço. Atualmente, são 169 mil hectares. Os campos, com o passar dos anos, ficaram mais produtivos e muitos agricultores passaram a ver a atividade sob outro ponto de vista.

É o caso do produtor Geraldo Roberto Weisheimer, cuja fazenda fica em Jaciara (MT).
Quando iniciou na atividade, há 36 anos, toda a área era semeada com arroz. Porém, na década de 1980, quando o plantio de soja começou a ganhar força no cerrado, o produto foi deixado de lado. Voltou a ser cultivado nos anos 1990, quando, ao lado do filho, Ricardo Roberto Weisheimer, o agricultor procurava uma alternativa para combater o ataque de doenças e pragas, como os nematóides. A rotação de culturas foi o caminho encontrado.

Com o novo sistema adotado, o arroz ocupa um quarto da área produtiva da fazenda. Nesta safra são 201 hectares, que começaram a ser colhidos no início da semana. A expectativa é de que a produtividade gire em torno de 65 sacas por hectare. O número é de 15 sacas a mais que no ano passado. Quanto à comercialização, a expectativa é de que as cotações fiquem melhores, cerca de R$ 32,00 a saca de 60 quilos, já que a área plantada em Mato Grosso encolheu 34% em relação à safra passada. Entretanto, para conseguir bons preços, é preciso atender as exigências da indústria, que são cada vez mais maiores. Weisheimer aponta que a qualidade deve ter prioridade sobre a quantidade.

Em busca constante pela qualidade, os produtores unem a tecnologia atual a práticas do passado. O secador construído em 1978, por exemplo, ainda exerce papel fundamental na fazenda. A peça garante economia, uma vez que a terceirização da secagem dos grãos aumentariam significativamente os custos e, conforme pai e filho, não teriam a garantida qualidade dos produtos conquistada na propriedade.