Desde o início de outubro o valor base para a cobrança de impostos em Mato Grosso ficou maior. A Secretaria da Fazenda elevou o preço da UPF de R$ 36,03 para R$ 46,83. O reajuste de quase R$ 11 irritou a classe produtora.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a mudança causa impactos diretos no bolso de agricultores e pecuaristas, já que alguns tributos pagos pelo homem do campo têm o cálculo baseado na UPF. Entre eles o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), cobrado no escoamento da produção agropecuária.
? O maior impacto que tem é no Fethab, venda de bois. Isso hoje representa no saco de soja R$ 0,61 e representava em torno de R$ 0,40 por saco. É impacto muito grande. Queremos rever ? afirma o presidente da Famato, Rui Prado.
O presidente da federação considera um absurdo o reajuste de 30%, que deve provocar um aumento de R$ 200 milhões nas despesas do setor. Ele lembra que os produtores de Mato Grosso já enfrentam dificuldades provocadas pelos elevados custos da atividade, que muitas vezes superam a receita obtida no campo, e cobra a revisão do índice utilizado pelo governo.
? O que aceitamos são os índices de correção. Se tem medida de valor, é necessário índice de correção. Governo esta sensível e espero que reverta este cálculo ? complementa Prado.
O Canal Rural entrou em contato com a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, que através da assessoria de imprensa, justificou o reajuste da UPF. Segundo a nota, a atualização deve-se a variação de 0,61% do índice geral de preços – disponibilidade interna (IGP-DI), calculado no mês de agosto. A novo valor da UPF vai ter validade até dezembro.