– Regiões ficaram sem chuvas entre 20 dias (caso do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e sul de Minas) e 30 dias (noroeste e norte de Minas), ocasionando perdas de produção. Em algumas áreas, como em Unaí e Paracatu, a quebra foi de 30%, conforme nos relataram algumas cooperativas e produtores – disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
– O produtor fica com medo de aumentar a produção na safrinha e vir um longo período de seca novamente – afirmou.
Minas Gerais, assim como São Paulo e Rio de Janeiro, está em alerta em relação aos níveis dos reservatórios e consumo de água. Fala-se em racionamento a partir de maio, o que pode atingir também o setor agropecuário mineiro. Conforme Coimbra, há previsão de chuvas volumosas no Estado até abril. No período de maio a julho as precipitações escasseiam.
A Faemg estima que o milho safrinha ocupe 224,5 mil hectares no Estado em 2015, área praticamente estável (0,02%) ante o ano passado. Somando as duas safras, o cereal deve ser semeado em 1,2 milhão de hectares, queda de 4,71% em relação ao ano passado. A redução também pode ser atribuída à expansão da área dedicada à soja no estado.
Preços
A alta do dólar em relação ao real está sustentando os preços da saca de milho em Minas Gerais, mas as cotações obtidas pelo produtor ainda estão abaixo do ano passado. De acordo com a Faemg, a saca de 60 quilos é negociada em média a R$ 26,30 (preço pago ao produtor). No Alto Paranaíba, os preços alcançam R$ 27/saca, enquanto no noroeste do estado, a cotação é de R$ 24,50/saca.
Conforme Coimbra, os preços ainda estão R$ 0,50 abaixo dos valores de um ano atrás.
– Isso se deve à grande safra de milho norte-americana que entrou no mercado no fim de 2014, aumentando os estoques mundiais, aliado à perspectiva de boa safra sul-americana. Mas os preços estão num bom nível por causa do câmbio valorizado, que eleva as cotações nos portos e impulsiona os preços internos – explicou.
Segundo Coimbra, a greve dos caminhoneiros não chegou a comprometer o escoamento da safra.
– Os bloqueios foram mais perto de Belo Horizonte, afastados das regiões produtoras de milho – disse.
Minas Gerais representa 9,2% da produção nacional do cereal.