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Produtores de milho negociam contratos futuros na Bolsa de Valores

Custo da operação é considerado baixo e a negociação pode ser feita por meio das corretora

O mercado do milho está aquecido e deve continuar assim em 2016. A comercialização da segunda safra do grão já está em 50% em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea). Para garantir um bom preço, produtores têm procurado cada vez mais a bolsa de valores para a negociação de contratos futuros.

“Essa comercialização está bem avançada, principalmente em Mato Grosso e Paraná. Estima-se em mais de 10 milhões de toneladas para o próximo ano. Seja venda direta e até operação de troca de insumos e defensivos”, explica o Operador de commodities XP investimentos, Anderson Dias.

O analista de commodities da XP investimentos Caio Toledo de Godoy diz que cresce o número de produtores de milho que buscam a bolsa de valores para diminuir os riscos com a oscilação da cotação. Godoy explica que a compra de contratos futuros na BM&FBovespa funciona como um seguro de preço.

“O produtor pode tanto comprar contrato futuro acreditando numa alta e participar de uma eventual alta, como pode comprar uma opção de comprar em tal preço. Se acaso o milho valorize, ele vai também participar dessa valorização do milho. Ele tem a venda já feita no físico, mas participa de todo o movimento de alta através do mercado futuro”, explica.

Godoy diz custo da operação é considerado baixo, e a negociação pode ser feita por meio das corretoras.

“Em média, vamos colocar que dá quatro centavos por saca. Então, ele está gastando um pequeno percentual do valor da saca para fazer uma proteção da produção inteira. Isso é o que tem despertado mais o interesse dos produtores rurais. Custo muito baixo, pra tirar muito risco envolvido dentro da aplicação.”

Bom momento

Os preços estão atrativos para a venda do milho. De acordo com a agroconsulting, o valor médio da saca de 60 quilos na safra passada foi de R$ 12. Para a produção do ano que vem, o preço deve ficar em R$ 16. Especialistas são unânimes em dizer que o dólar valorizado favorece essa conta, porque eleva a cotação do milho em reais. A perspectiva é de que a demanda pelo milho brasileiro continue aquecida e o grande volume de exportação de 2015 deve se manter.

“Esse ano a gente vai fechar em 30 milhões de toneladas, que é um volume bastante alto. Dependendo da recuperação do preço, se continuar do jeito que está e o câmbio também, eu acredito que as exportações no ano que vem também vão ser bem volumosas, pois o dólar alto deixa o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional”, diz a pesquisadora da GV Agro, Raquel Rodrigues.

Especialistas dizem que é preciso ter cautela na hora de negociar a segunda safra.  As incertezas quanto à janela de plantio e o clima devem ser levados em conta. Por isso, a orientação é comercializar antecipadamente cerca de 40% da lavoura, ou o percentual da colheita necessário para cobrir os custos da cultura.

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