A queda no preço do produto se deve pelo excesso de oferta. Além disso, o volume de milho exportado deve ser menor esse ano, cerca de sete milhões de toneladas a menos do que o esperado. As safras positivas em mercados internacionais, principalmente nos Estados Unidos, China e União Europeia devem manter o preço do produto baixo no mercado interno. Já a valorização da moeda americana deve ocasionar alta no preço dos insumos. Segundo o diretor da Céleres Ambiental, Anderson Galvão, o produtor precisa ficar atento na hora de programar as compras para o próximo ano.
– O mercado mundial está abastecido com os estoques globais de grãos. Olhando para fora não há nada que sugira uma elevação mais consistente de preços. O único ponto é a safra de verão da América do Sul, que está começando o plantio, ainda de forma delicada devido à falta de chuva. Também tem a questão que tão importante quanto como vender bem a safra, é o produtor comprar bem os insumos. Tem produtor esperando para vender a safra e deixando de fazer bom negócio com fertilizante, sementes e defensivos. É preciso ficar alerta – diz.
O produtor rural Ronei Barbosa de Freitas conta que, na última safra, plantou 100 hectares de milho e teve perdas de R$ 40 mil. O custo de produção aumentou em 25% e os 8.400 sacos colhidos não foram suficientes para cobrir as despesas.
– O preço do milho sai a R$ 17 para o produtor, e na bolsa está R$ 27. Para produzir está custando em torno de R$ 20 a saca por hectare. É um valor muito alto para o pouco retorno – lamenta o produtor.
Para armazenar o milho, o produtor precisa desembolsar cerca de R$ 4 por saca de 60 quilos. Além de conviver com os baixos preços do produto no mercado interno, Freitas ainda viu sua média de produção de 140 sacas por hectare cair pela metade por conta da seca.