A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma quebra de 14,7% na safra de grãos no Paraná neste ano. Seriam 4,5 milhões de toneladas a menos em relação à safra de 2008. O governo estadual aposta na safrinha para que o produtor recupere parte do que perdeu. As associações de produtores também.
? A safrinha é fundamental porque complementamos nossa renda com ela ? explica o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho.
? Vamos, talvez, recuperar um pouco das perdas que tivemos e conseguir que a safra global do nosso Estado não seja tão impactada com essa seca tão importante do final do ano passado ? projeta o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireeff.
No inverno de 2008, o Paraná plantou 1,5 milhão de hectares com milho e colheu 5,5 milhões de toneladas. Este ano, o levantamento de intenção de plantio do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura aponta um crescimento de 12% na produção de milho safrinha no Estado. Mas, no campo, com medo das geadas e do preço baixo, o produtor fala mesmo é em redução de área.
Com a colheita do milho de verão no final, o produtor Antonio Perucci começa o plantio do precoce de inverno na próxima semana. Ele lembra a geada que queimou quase 30% da lavoura em 2008 e diz que vai reduzir a área de 900 para 730 hectares.
? A gente já vem escaldado por causa das geadas do ano passado. Como a previsão é de vir mais no mês de maio e ainda se fala em falta de chuva, vou reduzir um pouco para tentar fugir do prejuízo.
O agricultor Onivaldo Dante acompanha a germinação dos seus 85 hectares plantados com milho de inverno. Ele também reduziu a área em 30% depois de fazer as contas: só o fertilizante custou 15% mais do que na safrinha passada, e o produtor não acredita em recuperação de preço do milho para venda.
? Nos meus cálculos o preço tinha que estar mais de R$ 20, e está em R$ 16. Se hoje está assim, imagina quando colher. O custo está alto e depois que a gente já plantou não tem mais jeito.