Produtores pedem ajuda para liberação de soja transgênica para China

Segundo Aprosoja, restrição do país asiático à nova cultivar pode causar um prejuízo de R$ 500 milhõesO presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, irá pedir à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que negocie com o governo chinês para liberar a importação pelo país de grãos da nova variedade de soja transgênica da Monsanto, a Intacta RR2, lançada comercialmente neste ano. Segundo Silveira, a restrição da China à nova cultivar irá provocar um prejuízo de R$ 500 milhões, valor correspondente às 500 mil sacas de sementes que estão disponíveis p

O presidente da Aprosoja calcula que os agricultores deixarão de ter uma renda adicional de R$ 150 milhões, que seria proporcionada pela maior produtividade da nova variedade da oleaginosa. Além da tolerância ao herbicida glifosato, que é uma característica da soja RR, a soja Intacta também apresenta proteção contra as principais lagartas que atacam as lavouras, o que contribui para reduzir os gastos com agrotóxicos.

Os produtores também vão pedir a intervenção da Casa Civil para reverter uma decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que proibiu o uso de quatro ingredientes ativos de agrotóxicos utilizados na pulverização aérea de lavouras. A Aprosoja estima que a medida deva impedir a aplicação de 30 agrotóxicos utilizados no combate às principais pragas e doenças.

A restrição diz respeito apenas à pulverização aérea, pois as outras formas de aplicação dos produtos estão liberadas. Segundo a Aprosoja, os produtores da região Centro-Oeste, em especial Mato Grosso, são os principais interessados, uma vez que a localidade utiliza a aviação agrícola para pulverizar as plantações, principalmente em anos chuvosos, quando o manejo com o emprego de tratores é mais difícil e aumenta o risco de perda por causa da infestação de pragas.

A entidade deve aproveitar a reunião na Casa Civil para pedir a liberação de novos princípios ativos de agrotóxicos. Silveira relatou que quando a presidente Dilma Rousseff era chefe da Casa Civil foi criada uma comissão que iria acelerar a aprovação dos novos defensivos agrícolas, mas os trabalhos não avançaram. Os produtores reclamam da demora do Ibama e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação das novas moléculas, que já são comercializadas em outros países.