A superintendente técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rosimeire Cristina, afirmou que a falta de infraestrutura pode levar o país a sofrer embargos e até suspensão nos contratos de exportação, prejudicando os produtores.
– Hoje, o Brasil não tem condições de escoar a produção que tem. Um exemplo disso é que ano passado tivemos uma expansão da produção de milho e aumentaram as exportações. As exportações de milho congestionaram os trabalhos nos portos, que, por sua vez, congestionaram os trabalhos de exportação de soja, que vai atrapalhar o açúcar, que vai empurrar o milho. Ou seja, o ano logístico no Brasil em 2013 não será bom – disse Rosimeire Cristina.
O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário da Silva, também reclamou da falta de infraestrutura. Ele explicou que o país já avançou muito na questão do crédito e agora é a hora de investir em estrutura para que os produtores – que investiram no aumento da safra – não sejam punidos. Cesário da Silva afirmou que o governo precisa ampliar suas ações e não ficar restrito à concessão de crédito.
– O agricultor se capitalizou, os recursos existem em profusão no mundo inteiro. Mas hoje estamos produzindo e não conseguimos entregar – afirmou.
O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Gueller, informou que algumas obras já estão sendo concluídas e devem desafogar o escoamento da produção já a partir de 2014. Um dos gargalos está na BR-163, principal corredor de exportação de Mato Grosso do Sul. Segundo ele, está sendo construído um trecho que vai permitir o escoamento da safra do Estado por Santarém (PA). Isso deve reduzir a demanda pelos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR).
De acordo com Gueller, haverá “redução de custos de produção de 30% a 50%”. O secretário disse ainda que o governo não fechou o número exato para financiamento da próxima safra, mas deve ficar em torno de R$ 120 bilhões.
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