A tão esperada fusão vem sendo discutida há meses. Com a união das empresas, as exportações podem atingir mais de R$ 10,5 bilhões e a receita líquida da nova companhia pode chegar a R$ 22 bilhões. Isto marca a consolidação do Brasil no mercado de carnes.
? São empresas fruto de capital de giro construído por empresários brasileiros e que com esta nova dimensão, vão dar as carnes uma liderança brasileira que é muito apreciada. Porque o mundo precisa comer e o Brasil é o grande celeiro ? disse o ex-diretor da Sadia e atual presidente da Nativ Indústria Brasileira de Pescados Amazônicos, José Augusto Lima de Sá.
Os rumores da fusão entre as companhias fizeram com que as ações das duas empresas e o valor de mercado delas subissem. Do início do ano até agora, os papéis da Sadia valorizaram 20,8%, enquanto que as ações da Perdigão tiveram alta de 21,55%. Só neste mês, os papéis da Sadia subiram 8,63%, e o da Perdigão, 12%. A Sadia vale atualmente R$ 3,2 bilhões. Já a Perdigão, R$ 7,3 bilhões.
? O valor dela de mercado vem se valorizando e num futuro próximo, mais investidores vão passar a ter interesse. Não só investidores nacionais como também investidores internacionais vão passar a ter interesse na empresa, porque ela vai ser uma concorrente muito forte e vai poder brigar com outras concorrentes multinacionais de igual para igual ? afirmou o economista Clodoir Vieira.
Brasil Foods será o nome da nova companhia. Na empresa, 45% das vendas devem ser destinadas ao mercado externo e 55% ao mercado interno. Com a união, ela se torna a maior empresa de alimentos industrializados do Brasil e a maior exportadora de produtos de carne processada do mundo. Atualmente, Sadia e Perdigão competem em mais de 100 países.
A parceria vai permitir que, juntas, as companhias possam vender seus produtos em mercados onde antes apenas uma atuava. Com o provável aumento das exportações, a produção também deve ser impulsionada.
? A tendência vai ser desta empresa nova que está surgindo, aumentar a produção porque ela vai ficar mais competitiva no mercado internacional, vai aumentar a produção, vai com certeza estar aumentando o quadro de produtores, o quadro de integrados ? concluiu o presidente da União Brasileira de Avicultura, Ariel Mendes.