O café produzido nesta região é o único no Brasil que possui certificação de origem com base na indicação geográfica.
A região do Cerrado mineiro nasceu para o café na década de 70. Atualmente são 4,5 mil produtores de 55 municípios. O certificado de indicação geográfica foi uma conquista selada em 2001. Nos últimos anos, o trabalho foi feito em cima da marca Café do Cerrado e conquistou mercado internacional. Agora, a estratégia esta mudando junto com a marca.
Atualmente, 70% da produção do café do cerrado são vendidos para torrefadoras de países da Europa, para os Estados Unidos e Japão.
Os produtores querem explorar ao máximo o conceito “região do Cerrado mineiro” para atingir os mercados consumidores que apostam não só na qualidade mas na origem e na sustentabilidade em todo processo produtivo.
A nova marca com nomenclatura Região do Cerrado Mineiro foi lançada em evento em Uberlândia que reuniu mais de 400 produtores, entidades e lideranças ligadas a cafeicultura brasileira. O objetivo da marca é tirar do foco principal o produto café, e valorizar a origem, o trabalho dos produtores e de toda comunidade no desenvolvimento regional.
? Conectar estas pessoas é muito importante para que a nossa história, a historia da origem da região do Cerrado mineiro, chegue até o consumidor final. Somente assim nós vamos construir uma percepção de marca no consumidor ? explica o consultor da Be Consulting, Paulo Vischi.
O trabalho feito com a ajuda de uma consultoria especializada, não envolve apenas uma mudança visual, mas conceitual. Para que o consumidor ligue o café à região produtora e não apenas ao nome do produto.
? A nossa marca entra como agregadora e não como competidora. Porque antes o consumidor ia ao mercado e pensava “é Café Damasco ou Café do Cerrado?” Agora ele terá o Café Damasco, Região do Cerrado Mineiro, agregando tanto para a torrefadora quanto para quem está comprando ? esclarece o Superintendente da Federação dos cafeicultores do cerrado, José Augusto Rizental.
Os resultados são esperados a médio e longo prazo. Em menos de dez anos, é possível consolidar o conceito no mercado internacional. A parceria da federação com o Sebrae vai servir de modelo para outras regiões do país.
? A região é pioneira neste sentido através deste trabalho inédito. Vamos inspirar um novo modelo de cafeicultura brasileira para todas as regiões produtoras de café no Brasil ? informa o técnico do Sebrae/MG, Marcos Geraldo Alves da Silva.
O produtor e presidente da federação, Francisco Sergio de Assis, resume a nova estratégia que vai em busca do consumidor consciente que sabe como o café saiu da planta até chegar na prateleira.
? Buscar o reconhecimento e buscar a valorização almejada é fazer com que a história dos produtores seja respeitada, seja ouvida, seja tida como prazer. Como resultado final, temos uma bela xícara de café ? diz.
A nova estratégia definida como café de atitude já tem o apoio da Associação Brasileira da Industria de Café (Abic).
? Sem dúvida nós vamos ampliar esta parceria, esta colaboração e incorporar esta iniciativa que esta sendo lançada ? informa o diretor executivo da ABIC, Nathan Herskowicz.