Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Produtores do Rio Grande do Sul apostam que alimentos serão os últimos atingidos pela crise

Em todo o Estado, expectativa é de que artigos de luxo e serviços sejam os primeiros sacrificadosA despesa com a comida é a última a ser cortada. Essa é a aposta dos agropecuaristas gaúchos, que têm uma boa chance de saírem sem grandes perdas da crise financeira mundial.

O raciocínio é simples. Os produtores acreditam que, se a crise financeira avançar, o consumidor primeiro cortará gastos com artigos considerados de luxo, depois de serviços e, por último, com os alimentos. Com algumas variações, esta é a idéia geral de agricultores, dirigentes de cooperativas e empresários do setor.

? Dias antes de estourar a crise já se encontravam na internet artigos chamando a atenção para a formação de um ambiente econômico favorável à turbulência ? opina Roberto Haas, presidente da Cooperativa Tritícola Regional Santo Ângelo (Cotrisa).

O interesse de Haas pelo que acontece ao redor do mundo é uma característica muito particular dos sojicultores gaúchos. Desde 1973, quando aconteceu o boom da soja na bolsa de mercadorias de Chicago, nos Estados Unidos, os agricultores estão ligados e conectados aos humores do comércio ao redor do Planeta.

E, apesar de todas as crises que ocorreram nestes anos ? entre elas secas, confiscos e planos econômicos ?, a soja sobreviveu e se firmou como um dos alimentos mais populares e completos do mundo, afirma o agrônomo Paulo Miguel Nedel, de Giruá.

? A soja também está sendo transformada em combustível (biodiesel). Isso é mais uma garantia de que seu consumo só será cortado em caso extremo ? acrescenta Nedel, que administra para a família o plantio de 7 mil hectares de soja, milho e feijão no Rio Grande do Sul e em Goiás.

Pensamento semelhante têm os produtores de arroz. Arlindo Dalla Porta, de São Borja, recorda que o agricultor sempre vive na gangorra entre o custo de produção e o lucro. Caso a crise financeira venha a desequilibrar a gangorra a favor dos custos, ele não acredita que o governo permitirá a “extinção do campo”. Seria o caos, opina.

Para o professor Argemiro Brum, da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unijuí), os produtores, como tem acontecido em outras crises, vão perder renda, mas sobreviverão.

? A lógica é que, quando falta um produto, o país vai ao mercado externo e o importa. Se esta crise durar, se alastrar e acabar por destruir as estruturas produtivas ao redor do mundo, esta lógica de mercado acaba ? complementa, reforçando que não acredita nessa possibilidade.

Nelson Nikolai, criador de suínos de Forquetinha, recorda que, passou por períodos em que um quilo do suíno era mais barato de que uma caixa de fósforo:

? Mas a fome por carne tornou a nossa atividade um negócio lucrativo. E vai continuar nos mantendo no ramo, eu aposto nisto.

Os pecuaristas também. Evando Brum, de Santiago, lembra que a longevidade do produtor de alimentos depende de uma regra que existe desde o início do mundo e que nenhuma crise conseguiu alterar:

? Tem que saber comprar e vender.

Sair da versão mobile