Assim como Bernardes, muitos agricultores gaúchos seguem a recomendação da Emater. Especialistas alertam que, embora a cultura apresente um bom potencial produtivo, é importante não descuidar da plantação e realizar o manejo correto.
? O grão é muito suscetível e pode sofrer a invasão de fungos. Por isso, para a prevenção, deve existir rotação de cultura, adubação equilibrada e plantação no período recomendado, além do fungicida, claro ? diz o agrônomo da Emater Carlos Laércio.
Segundo o pesquisador da Embrapa José Maurício Cunha Fernandes, os microrganismos podem ser responsáveis por perdas elevadas no rendimento e na qualidade do trigo. Ainda que a colheita esteja prevista para o próximo mês, em razão de o clima quente e úmido, é possível observar doenças nas plantas, principalmente oídio, giberela e ferrugens.
? Esta é uma cultura sensível que, apesar de ser cultivada em regiões mais secas, não está imune, pelo contrário. É preciso monitorar ? explica.
Fernandes lembra que o inverno foi chuvoso e úmido, mas o frio diminuiu a incidência dos fungos. Entre as doenças registradas neste ano, a mais comum é a giberela, que causa perda de peso do cereal.
Com cerca de 2% da área de trigo quase prontos para colheita, Bernardes pretende colher 45 sacas em cada um dos 70 hectares destinados ao cultivo. A estimativa é otimista, bem diferente de 2008 quando perdeu praticamente metade da lavoura por não investir no combate. Nesta semana, Bernardes fez a terceira pulverização na lavoura.
A partir do mercado aquecido, a exemplo da última safra, o trigo brasileiro deve ser enviado para mais de 20 países. No Rio Grande do Sul, a Emater estima uma colheita próxima a 1,8 milhão de toneladas. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado é responsável por 67% do que o Brasil exporta.