Depois de sofrerem com estiagem na safra 2013/2014, sojicultor gaúcho está atento ao clima e ao controle de insetos e doenças, principalmente na fase enchimento de grão
Daniela Azeredo | Passo Fundo (RS)
Com a soja entrando no período reprodutivo, considerado mais crítico, os produtores gaúchos voltam às atenções para o controle de pragas, que tendem a aumentar nesta fase da cultura.
• Aumento de helicoverpa no RS deixa alerta aos produtores
O norte do Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores do grão no Estado. A cultura de verão já tomou conta das lavouras da região, o clima vem ajudando. Na safra passada foi diferente, a estiagem castigou e causou prejuízos. Temendo passar pela mesma situação, o produtor Altemir Ceolin investe na cobertura do solo.
– Nós procuramos fazer um plantio de inverno e cobertura de solo. Nós adubamos para ter maior cobertura, porque nossos verões têm deixado de 20 a 25 dias sem chuvas, isso é um problema no enchimento do grão. A planta precisa aguentar esses 20 dias – comenta.
Visitamos a lavoura de Ceolin, que a soja está com bom desenvolvimento. Está no estágio de reprodução. E é neste período que se inicia um controle maior sobre as pragas da cultura. Percevejos, lagartas, tamanduá da soja são alguns violões do sojicultor na fase de enchimento de grãos. Por isso, é importante o produtor ficar bem atento e não cometer erros que podem prejudicar a qualidade da planta.
– Nós estamos praticando dois erros importantes. Primeiro: controle preventivo sem praga, estamos controlando o que não existe. Segundo: exagerar na mistura de produtos quando um alvo é um grupo de pragas, por exemplo, a lagarta. É muito importante usar um lagarticida que mate a praga, não fazer mistura e usar produtos que funcionam bem – orienta o engenheiro agrônomo Dirceu Gassen.
O produtor Altemir Ceolin está sempre de olho na lavoura. Ele sabe da importância de manter esse controle para garantir a sanidade da soja.
– Estamos com um controle bem tranquilo, acho que vai dar para manejar. Aprendemos muito a lidar com essa praga ano passado e estamos mais tranquilos, entrando na hora certa e monitorando muito a lavoura. Todo dia tem que olhar para ver o estágio da lagarta, onde está dando. Então precisamos percorrer a lavoura – explica.
Com o controle mais rigoroso, Ceolin espera uma produtividade maior que na última safra, que foi de 52 sacas por hectare.
– Queremos pelo menos 60 sacas por hectare de média na área. Claro que fizemos um investimento para colher mais que isso, mas considerando os fatores, estamos com uma expectativa moderada – afirma o produtor.
Manejo correto, controle rigoroso e a qualidade da semeadura são os requisitos para garantir uma safra de qualidade.
– É muito importante fazer bem feito, na hora certa e em uma dose que funciona. Não exagerar e não fazer misturas desnecessárias – reforça Dirceu Gassen.
Clique aqui e veja o vídeo da reportagem.