O produtor de grãos em Santo Augusto, no noroeste do Rio Grande do Sul, Jorge Sperotto, comemorou o anúncio, mas acredita que o governo deveria investir melhor no setor de infra-estrutura e logística.
– Nós, produtores, precisamos ser organizados. É um dinheiro fácil, que deve ser pago mesmo com juros baratos. A má qualidade dos portos e o transporte ocasionam um custo muito alto e isso reflete no preço do produto final – diz Sperotto.
O investimento de R$ 25 bilhões para a construção de novos armazéns, com juros de 3,5% agradou a engenheira agrônoma Fernanda Falcão, que planta soja no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso. Ela conta que no ano passado precisou aumentar os silos da propriedade e pagou 5,5% de juros no financiamento.
– Quanto mais baixo esse juros, mais facilidade o produtor tem para conseguir investir e construir silos e armazéns em sua propriedade, isso é um beneficio para o produtor possuir uma boa gestão e melhorar os preços das commodities – acredita Fernanda.
A indústria de sementes também deve se beneficiar com os novos investimentos do governo federal, anunciados nesta terça, dia 4. Para Leandro Pasquali, diretor de marketing de uma empresa de sementes híbridas, com atuação no Mercosul, o aumento da capacidade de armazenamento para 65 milhões de toneladas garantem mais estabilidade para as atividades dos agricultores.
– Isso vai acarretar numa diminuição no próprio custo de produção por unidade, fazendo com que o produtor tenha um custo unitário melhor, tornando cada vez mais competitivo, tanto para negociar no mercado interno, quanto no externo. Inclusive, em algumas commodities como o arroz, que já ta quase se tornando uma commoditie, de mercado externo – ressalta Pasquali.