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Agricultura

Produtores rurais investem em redes privadas de acesso à internet

Aumento da produtividade e redução nos custos de produção estão entre os benefícios mais procurados pelos agricultores com o investimento

De acordo com dados do último Censo do IBGE, quase 72% das propriedades rurais no Brasil ainda não têm acesso à internet.

Uma alternativa encontrada pelos produtores é a instalação de uma rede de transmissão própria nas fazendas para usufruir de benefícios.

Com a conectividade no campo é possível aumentar a produtividade, reduzir os custos e utilizar aplicativos que melhoram o desempenho da lavoura, mas é preciso investimento.

O acesso pode ser por satélite, fibra óptica ou 4G, tudo vai depender dos serviços que serão utilizados pelo produtor.

O valor inicial para a instalação de uma torre de transmissão, por exemplo, pode chegar a R$ 200 mil, e o tempo para montagem e funcionamento da rede varia entre 60 e 90 dias.

“Temos que ver qual a melhor forma de conexão, e daí se for possível montar uma estrutura de internet via fibra óptica que pode ser subterrânea ou aérea. Se não for possível, o produtor pode optar pela internet via satélite ou via rádio”, diz Ludmila Novais, gerente geral de uma empresa de telecomunicações que funciona há 19 anos em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia.

Novais já implantou 300 quilômetros de fibra óptica na região.

Resultados da internet

Na fazenda Guarani, o proprietário Luís Miguel Hendges investiu na internet via rádio e também na 4G e está satisfeito.

Diante da tela de um computador ele acompanha em tempo real a movimentação de tratores, colheitadeiras, pulverizadores, caminhões e caminhonetes que estão a quilômetros da sede.

“O ganho disso dentro da propriedade hoje seria a gente melhorar o monitoramento das máquinas, controlar as decisões, conseguir mensurar as falhas mesmo antes delas acontecerem”, disse o produtor.

Hoje são cultivados na propriedade 5,3 mil hectares de soja e 2,3 mil hectares de algodão. Tudo é milimetricamente acompanhado à distância.

“O sistema de internet que está acoplado no trator, se algo está para acontecer eu já tenho indicadores que mostram isso”, explica Hendges.

Cada passo dado pelo produtor rural teve o apoio do engenheiro de produção, Mauro Stefani, que aposta na internet como aliada.

“O que antes nós não sabíamos agora a gente sabe. Se está bom, se está ruim, não tínhamos respostas. A partir de agora vamos começar a criar parâmetros e metas para que possamos trabalhar em busca da evolução, da redução do custo operacional. Antigamente não tínhamos esse controle, e agora vamos ter, e isso faz toda a diferença” afirma.

As anotações no caderninho, deram lugar ao smartphone, ao tablet. A emissão de uma nota fiscal agora é mais veloz.

As mudanças do clima já não surpreendem tanto. 

É possível controlar a quantidade de fertilizantes a ser utilizada no plantio ou de água a ser distribuída na criação de animais, sem desperdício de insumos. É a tecnologia a serviço do campo.

Mas mesmo diante deste cenário promissor, o gerente de infraestrutura de TI de um grande grupo agrícola, João Aranda, alerta que é preciso avaliar o custo benefício e o tamanho do negócio para não prejudicar a rentabilidade da produção.

“Nós vamos ver máquinas autônomas, vamos ver robôs operando na agroindústria, mas com cautela, tudo isso vai ter o momento certo para acontecer”, sinaliza.

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