Se no inverno passado o milho não foi bem no Paraná, por conta das geadas, este ano o clima ajudou. Já foram colhidas 66% das lavouras, e a qualidade é avaliada como muito boa.
Mesmo com uma área 10% menor, o Paraná deve fechar a colheita do milho de inverno com uma produção 41% maior. A expectativa da Secretaria da Agricultura é passar de 6,3 milhões de toneladas. A diferença “para cima” está na produtividade, que deve ser de mais de 4,6 mil quilos por hectare, do grão e pode ser um recorde para o Estado.
Porém, mesmo com uma safra de qualidade, o agricultor Odair Favali, de Cambé, no norte do Estado, não consegue ficar otimista. Ele plantou 150 hectares, metade da área de 2009. E calcula os custos, para um preço que, atualmente, fica entre R$ 13,80 e R$ 14 a saca. O mínimo no Paraná é de R$ 17,47.
? O milho está pronto para colher. Qualquer pessoa leiga acha que o custo para o produtor já acabou. Só para a gente passar a colhedeira, jogar no caminhão, transportar até o armazém onde a gente vai vender, custa atualmente, no preço que está o milho, 25% da nossa produção ? diz Favali.
As cooperativas também acompanham os preços com expectativa. Na Integrada, de Londrina, a maioria dos mais de seis mil associados deve entregar 380 mil toneladas de milho até o final da colheita, em setembro. Para o gerente comercial da cooperativa, Luiz Yamashita, os leilões de PEP ainda são a garantia de preço para o grão.
? Para o produtor receber o preço mínimo, sim. Aí é que o governo vai ter que monitorar, porque acho que o governo tem que determinar um preço que seja bom tanto para o produtor como para os consumidores também ? avalia o gerente comercial da Cooperativa Integrada, Luiz Yamashita.