No sul do Estado, os agricultores comemoram. O produtor Anselmo Chiapinoto atrasou o cultivo de seus 3400 hectares em 20 dias, por causa da estiagem, mas está satisfeito com a colheita, apesar da redução de produtividade. Ele iria colher 60 sacas por hectare, mas deve ficar entre 52 e 55 sacos.
– É uma região abençoada, estamos há 26 anos e cada ano é melhor. Fizemos bem o manejo de percevejos e lagartas, a gente conduziu bem essa lavoura para dar uma ótima semente. Encheu bem o grão, vamos ter uma qualidade excelente da semente – comenta Chiapinoto.
A garantia, além da condução na lavoura, está nos laboratórios das sementeiras. 90% das amostras precisam apresentar a qualidade necessária para que o grão seja colhido visando a semente.
Por exemplo, grãos saudáveis e com umidade entre 11% e 12%. Gilberto Goellner, que integra a sementeira TMG, empresa presente em 20% das lavouras do país e a mais usada no Cerrado. Segundo ele, o clima deste ano pode afetar a quantidade produzida, mas não a qualidade.
– A semente está muito boa. No ano passado, tivemos problemas, mas com armazenamento – afrma Goellner.
Durante esta safra, a Expedição Soja Brasil encontrou sementes mofadas e com baixa germinação no campo. A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), que agrega 18 propriedades, reforça que muitos casos são justificados por problemas na armazenagem.
– Os produtores retiraram as sementes em setembro e plantaram em novembro. Passou por 40°C, 50°C. Qualidade se faz no campo, mas é possível conservar a semente – explica Gladir Tomazelli, presidente da Aprosmat.
Cerca de 10% da produção de soja de Mato Grosso vira semente. A expectativa para esta safra é de produzir sete milhões de sacas de 40 kg. Mas o que preocupa dos produtores, no momento, são os preços e o ritmo de comercialização.
– Não temos nem metade do que foi vendido no mesmo período do ano passado – afirma Tomazelli.