Produtores de soja de Mato Grosso reduzem tomada de empréstimos

Conforme o Imea, agricultores ampliaram a utilização de recursos próprios para o custeio das lavourasA contratação de financiamentos para produção de soja em Mato Grosso junto às multinacionais do setor registrou queda de 64% nas últimas quatro safras. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os agricultores ampliaram o uso de recursos próprios e reduziram a tomada de capital a juros de mercado. O valor aproximado do custo operacional da atual safra de soja no Estado é de pouco mais de R$ 7,234 bilhões, ainda segundo a entidade. A despesa considera o gasto médio de R$

O uso de dinheiro próprio para custear a safra já ocupa a primeira posição entre as fontes de recursos utilizadas pelos agricultores de Mato Grosso. No atual ciclo, mais de R$ 2,1 bilhões devem sair do bolso dos produtores. O montante equivale a 35% da despesa projetada. A participação das revendas aparece em segundo lugar, com 25%. Já o financiamento em multinacionais do setor equivale a 18% do total.

Recursos acessados no sistema financeiro (12%) e em bancos federais (10%) completam a lista, de acordo com o gestor do Imea, Daniel Latorraca. Ele explica que os produtores conseguiram ampliar a rentabilidade com safras boas e cotações favoráveis. Com isso, começaram a utilizar mais os recursos próprios, para fugir dos juros de mercado.

A redução fica mais clara na comparação do cenário financeiro do setor nas últimas safras. Na 2008/2009, as multinacionais respondiam por 50% dos recursos utilizados. Nos anos seguintes, esta participação caiu gradativamente.  Na safra 2009/2010, foram 35%, na 2010/2011, 25% e na safra 2011/2012, 18%. Em contrapartida, o uso de dinheiro próprio avançou. Para 22% na safra 2008/2009. Na safra 2009/2010 foram 34%, em 2010/2011, 35% e na safra 2011/2012, 35%.

Os especialistas também destacam a maior participação das revendas, que há quatro safras representavam apenas 11% da fonte de recursos. Passaram a 14% na safra 2009/2010 e 20% na 2010/2011, até chegar aos 25% na safra atual.

Latorraca acrescenta que esta maior participação representa uma transferência de responsabilidades no segmento. Para ele, as multinacionais passaram a “responsabilidade” para as revendas, que têm relacionamento mais estreito com os produtores.