A situação foi discutida em Brasília, com a presença de representantes dos Estados Unidos e da Argentina. Os dois países, que com o Brasil são competidores na venda de soja e outros grãos, trouxeram exemplos do sistema que aplicam. Um método que determina como avaliar o grão e dar o desconto ao vendedor.
Para o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja Mato Grosso (Aprosoja/MT), Marcelo Duarte, a dificuldade no caso do Brasil é a falta de transparência entre as trends.
– O que a gente está pleiteando é que esses descontos sejam feitos de forma também similar entre as empresas. Não idênticos, é obvio, porque cada empresa vai ter seu custo. Algumas empresas podem definir, por exemplo, que ela vai cobrar um pouquinho mais se a soja estiver mais úmida, outra vai cobrar mais se for impura. Mas queremos que isso esteja claro. Que as empresas publiquem para que os produtores não tenham surpresa – destaca Duarte.
Os produtores de soja querem agora expor o problema e pedir apoio do governo. O setor pretende se reunir com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, levando os exemplos das práticas usadas na Argentina e nos Estados Unidos. Segundo os sojicultores, é o governo que deve ditar as normas de classificação dos grãos.
– Uma das saídas seria uma norma privada, e outra coisa seria a legislação que é um pouco mais complicada, precisaria ter um consenso e principalmente vontade política – disse o diretor executivo Aprosoja, Fabrício Rosa.